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Nações Unidas intensificam auxílio a vítimas de violência no Quirguistão

Nações Unidas intensificam auxílio a vítimas de violência no Quirguistão

Unicef diz que cerca de 52 mil crianças foram vacinadas contra a pólio em campos e comunidades de refugiados no Uzbequistão; tensões étnicas entre quirguizes e a minoria uzbeque, há pouco mais de uma semana, já provocaram cerca de 200 mortos.

Daniela Traldi, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O Escritório das Nações Unidas para Assistência Humanitária, Ocha, informou esta terça-feira que comunidades de etnia uzbeque no Quirguistão organizaram barricadas para auto-protecção nas regiões atingidas pela violência no país.

Segundo a porta-voz do órgão em Genebra, Elizabeth Byrs, uma operação militar do governo para remover os bloqueios foi marcada por confrontos. Há relatos de pelo menos duas mortes no incidente.

Insegurança

De acordo com agências de notícias, o número de mortos já chega a 200 desde o início das tensões étnicas entre quirguizes e a minoria uzbeque, há pouco mais de uma semana. As cidades mais atingidas são Osh e Jalalabad, que ficam ao sul do Quirguistão.

O Ocha afirma que a distribuição de assistência humanitária permanece reduzida devido à insegurança e à falta de acesso a algumas áreas.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, diz que cerca de 52 mil crianças foram vacinadas contra a pólio em campos e comunidades de refugiados no Uzbequistão.

Milhares de pessoas procuraram abrigo no país com medo da violência. O Unicef afirma que uma das maiores preocupações é um surto de doenças, incluindo a pólio, por causa de superlotação e possível contaminação da água.

Violência Sexual

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, afirma que já houve distribuição de 240 toneladas de material como tendas de plástico, cobertores e outros produtos básicos, a 100 mil refugiados.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, voltou a alertar sobre casos de violência sexual em comunidades afectadas no Quirguistão. A agência diz que já enviou kits de saúde de emergência para abastecer 60 mil pessoas durante um mês.

*Apresentação: Carlos Araújo, da Rádio ONU, em Nova Iorque.