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FMI aponta falta de competitividade na banca moçambicana

FMI aponta falta de competitividade na banca moçambicana

Segundo a instituição, a fraca oferta dos serviços reflecte-se na baixa afluência de clientes aos bancos; apenas 10% da população moçambicana tem conta bancária.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Um estudo do Fundo Monetário Internacional, FMI, sobre a banca em Moçambique, aponta a falta de competitividade entre as instituições bancárias, o que conduz a uma das margens de lucro mais elevadas em África.

A avaliação reconhece mudanças no sector financeiro moçambicano, mas alerta para o baixo nível de concorrência, resultado da hegemonia exercida pelos três principais bancos do país, que detém 85% da quota de mercado.

Leia o boletim do Manuel Matola, em Maputo.

Crédito Formal

"Segundo o FMI, a fraca oferta dos serviços reflecte-se na baixa afluência de clientes às instituições financeiras, daí que somente 10% da população moçambicana tenha conta bancária.

A instituição salienta que apesar de apenas 3% por cento dos moçambicanos terem um crédito formal, os bancos tornaram-se nos mais rentáveis do continente e reduziram o nível de créditos mal parados, reflexo da melhoria da supervisão por parte do Banco Central.

O representante do FMI em Moçambique, Felix Fischer, disse à Rádio ONU, em Maputo, que é necessário que os bancos adoptem medidas mais transparentes na angariação de clientes e aplicação de taxas de crédito.

"Uma das medidas mais fáceis, baratas e eficientes é um grau mais alto de transparência. O cliente deve poder comparar os serviços entre os diferentes bancos.

Actualmente, há uma pequena parte da população que está a aproveitar-se do sector financeiro e sabe-se que o sector financeiro que funciona, é um motor muito importante para o crescimento do país".

A pesquisa do FMI considera ainda que a fraca expansão da banca às zonas rurais, onde reside mais de metade da população, também reduz a competitividade.

Empréstimo

Entretanto, o Banco Mundial anunciou na quinta-feira um empréstimo de US$ 40 milhões a Moçambique, para apoio ao programa do governo de redução da pobreza, através do aumento do número de estudantes licenciados no país.