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PAM suspende ajuda humanitária no Sul da Somália

PAM suspende ajuda humanitária no Sul da Somália

Programa Alimentar Mundial afirma ser praticamente impossível continuar a ajuda a mais de um milhão de pessoas carenciadas no Sul da Somália; distribuição de alimentos no resto do país vai continuar, incluíndo a capital, Mogadishu, ajudando 1,8 millhões de pessoas.

[caption id="attachment_161002" align="alignleft" width="175" caption="Ajuda do PAM"]

Ana Ventura Miranda, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Em comunicado terça-feira o Programa Alimentar Mundial, PAM, afirmou ser praticamente impossível continuar a ajuda a mais de um milhão de pessoas carenciadas no sul da Somália.

Segundo o PAM o aumento de ameaças de grupos armados e ataques às operações humanitárias, assim como uma série de exigências inaceitáveis de grupos armados estariam impedindo os trabalhos na área.

Ajuda

A porta-voz do Programa Alimentar Mundial em Genebra, Emilia Casela, disse que a região do sul da Somália é controlada pela milícia Al-Shabaab, e

qualificou as exigências como inaceitáveis.

Entre as ameaças estariam pedidos de pagamentos para garantir segurança e a remoção de mulheres das suas posições.

Casela disse que o PAM está profundamente preocupado com o aumento da fome e do sofrimento das populações devido a estes ataques desumanos e sem precedentes contra a ajuda humanitária.

Segundo o PAM a distribuição de alimentos no resto do país vai continuar, incluindo a capital, Mogadíshio, ajudando 1,8 milhão de pessoas.

Recursos e equipas de resgate tem sido recolocadas a partir do sul no caso das populações começarem a sair das áreas onde a distribuição de alimentos foi suspensa.

Agência

No comunicado, o Programa Alimentar Mundial lembra que é uma agência humanitária sem finalidades políticas que opera na Somália há mais de 40 anos, prestando assistência na região a pessoas em casos de extrema pobreza antes e durante os anos de conflito no país.

Os escritórios do PAM no sul foram temporariamente fechados, os abastecimentos alimentares e funcionários foram deslocados para áreas mais seguras de forma a garantir que a ajuda chegará ao maior número possível de pessoas necessitadas.