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É preciso maximizar impacto de remessas em Angola, diz OIM

É preciso maximizar impacto de remessas em Angola, diz OIM

Relatório do órgão revela que grande maioria dos recipientes das remessas usam o dinheiro para satisfazer as suas necessidades básicas; documento apela à redução dos custos oficiais de transferência.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Um estudo da Organização Internacional das Migrações, OIM, sobre o impacto de remessas em Angola, indica que há a necessidade de estabelecer mais ligações com a diáspora e baixar os custos das transferências de modo a maximizar o seu papel no desenvolvimento do país.

O relatório, que foi divulgado esta sexta-feira em Luanda, também apela a mais esforços para facilitar o investimento naquele país africano de língua portuguesa.

Pesquisa

A pesquisa da OIM foi feita com base em entrevistas com cerca de 400 chefes de família que recebem remessas e um número igual de migrantes em Portugal e na África do Sul.

O estudo revela que apenas 14% dos entrevistados usam uma parte do dinheiro para negócios e uma percentagem ainda mais insignificante, 1%, investe as remessas em actividades ligadas à agricultura.

A grande maioria das famílias em Angola usa o dinheiro para necessidades básicas do dia a dia e cerca de 16% dependem exclusivamente das remessas para a sua sobrevivência.

O relatório também mostra que o envio de dinheiro por parte de migrantes melhorou a segurança alimentar e as oportunidades de educação para as suas famílias.

A representante da OIM em Angola, Katharina Schnoring, disse à Rádio ONU, de Luanda, que a maior parte dos migrantes usas canais informais para mandar dinheiro, devido aos altos custos das transferências oficiais.

"Angola é o país que recebe maior volume de remessas na África Central, seguida pela República Democrática do Congo e Camarões" afirmou.

PIB

Cerca de 33 mil angolanos vivem em Portugal e centenas de milhares na África do Sul.

Segundo a OIM, em 2007 os migrantes enviaram para casa mais de US$ 950 milhões, o equivalente a 2% do Produto Interno Bruto, PIB.