África tem fraca participação no comércio marítimo internacional
Relatório ‘Revisão do Transporte Marítimo 2009’ divulgado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, revela que houve desaceleração do crescimento do sector devido à instabilidade económica no mundo.
Daniela Traldi, da Rádio ONU em Nova Iorque*.
Mais de 80% do comércio internacional de mercadorias é feito pelo mar e o sector naval enfrenta um período de desafios perante a crise económica global.
A afirmação consta no relatório "Revisão do Transporte Marítimo 2009", divulgado nesta terça-feira pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad.
Crédito
O documento revela desaceleração do crescimento do comércio marítimo em 2008, provocada pela redução do crédito com a chegada da crise e pela diminuição na procura de produtos e serviços de transporte.
Segundo a Unctad, houve aumento de 3,6% nos negócios, com número recorde de mais de 8 mil milhões de toneladas transportadas no ano passado. O resultado é inferior ao registado em 2007.
Uma recuperação parcial já foi sentida a partir do segundo semestre de 2009, afirma o órgão, mas ainda existe volatilidade nas taxas de frete, o que sugere incertezas para economias em desenvolvimento dependentes do comércio de matérias primas.
Apesar da instabilidade, o fornecimento de novas embarcações continuou em alta porque os pedidos foram feitos antes do colapso financeiro internacional. Só este ano, a frota de navios cargueiros cresceu 6,7%.
Crescimento
O relatório também analisou o desenvolvimento do transporte em África desde 2006, quando a Unctad analisou a região pela última vez.
Países africanos apresentaram forte crescimento em 2008, cerca de 5% , liderados por nações ricas em recursos como Angola, Libéria, República do Congo e Etiópia. A participação da África no comércio marítimo mundial é de 2,7%.
*Apresentação: Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.