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Acnur condena morte de trabalhador humanitário

Acnur condena morte de trabalhador humanitário

Michel Mitna, de 40 anos, era chefe da Comissão Chadiana de Acolhimento e Reinserção de Refugiados; ele foi morto no sábado por homens armados não identificados.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, expressou esta terça-feira o seu choque e pesar pela morte de um nacional chadiano que trabalhava para uma organização parceira governamental no leste do Chade.

Michel Mitna era chefe da Comissão Chadiana de Acolhimento e Reinserção de Refugiados e cooperava diariamente com a agência das Nações Unidas na proteção e assistência a refugiados e deslocados naquela volátil região.

Solidariedade

Ele viajava numa viatura com logos visíveis do Acnur e da sua agência quando foi morto a tiro por bandidos no sábado a cerca de 110 km de Abéché.

O seu condutor ficou ferido e os atacantes conseguiram escapar. Ele tinha 40 anos e deixa mulher e seis filhos.

Mitna trabalhava no leste do Chade há seis anos. Em sinal de solidariedade e pesar o pessoal do Acnur em Guéréda não trabalhou na segunda-feira.

Uma nota da agência das Nações Unidas indica tratar-se do 51º ataque contra uma viatura humanitária no leste daquela nação da África Central, nos primeiros 10 meses deste ano.

Na semana passada, cinco funcionários de uma ONG francesa foram sequestrados quando viajavam numa coluna na área de Farchana. Eles só foram libertados quando a viatura em que seguiam envolveu-se num acidente.

Ameaças Diárias

Trabalhadores humanitários no leste do Chade enfrentam ameaças diárias na sua missão de assistência aos milhares de civis que fugiram à violência e conflito.

Mas apesar do agravamento da situação de segurança, o Acnur e seus parceiros nacionais e internacionais continuam a ajudar cerca de 250 mil refugiados sudaneses em campos no leste do país desde 2003 e 160 mil deslocados internos desde 2006.