ONU pede maior protecção para deslocados somalis
Representante de Ban Ki-moon para deslocados disse ter ficado chocado com nível de violência enfrentado pela população do centro e sul da Somália; ele revelou também que muitas mulheres e raparigas fugiram depois de terem sido violadas.
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A comunidade internacional falhou na sua missão de proteger os cerca de 1,5 milhão de deslocados internos na Somália, numa altura em que a crise humanitária se agrava no país.
A afirmação consta de um comunicado divulgado esta quarta-feira pelo representante do Secretário-Geral da ONU para os Direitos Humanos das Pessoas Deslocadas, Walter Kaelin, no final da sua missão de 7 dias à nação do Corno de África.
Graves Violações
Ele disse que ficou chocado com o nível de violência enfrentado pela população do centro e sul da Somália.
Kaelin indicou que violações graves à lei humanitária internacional, incluindo ataques e bombardeamentos indiscriminados de zonas civis, estão a ser perpetrados por todas as partes no conflito, num clima de total impunidade.
O representante de Ban Ki-moon realçou que tais acções causam deslocamentos massivos e podem representar crimes de guerra.
Ele notou ainda o recente aumento de pessoas que fogem a tentativas de assassinato e recrutamento forçado por parte de milícias.
Acesso Humanitário
Kaelin disse no comunicado que segundo relatos dos deslocados, a maior parte dos ataques ocorre em áreas controladas por grupos anti-governamentais. Ele revelou também que muitas mulheres e raparigas fugiram depois de terem sido violadas.
Walter Kaelin apelou a um maior envolvimento da comunidade internacional na Somália, afirmando que é importante encontrar formas de melhorar o acesso humanitário e a segurança dos trabalhadores de auxílio.