Mugabe diz que sanções contra o Zimbabué são ilegais
Num discurso na Assembleia-Geral, o líder zimbabueano afirmou que a actual crise económica está a exacerbar o impacto das sanções; ele acusou também algumas nações de quererem dividir o governo de unidade nacional.
[caption id="attachment_158523" align="alignleft" width="175" caption="Presidente Robert Mugabe"]
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O presidente Robert Mugabe, do Zimbabué, condenou fortemente o que descreveu de sanções ilegais impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia contra o seu país.
Discursando esta sexta-feira na Assembleia-Geral da ONU, Mugabe disse que a actual crise económica global está a exacerbar o impacto das medidas punitivas.
Sacrifícios
Ele afirmou que os países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, Sadc, fizeram enormes sacrifícios para ajudarem o Zimbabué numa altura em que também são afectados pela crise.
Mugabe disse contudo que lamentavelmente e para a surpresa do seu país, da Sadc e do resto de África, as sanções não foram levantadas.
O presidente zimbabueno acusou algumas nações de estarem a trabalhar de forma enérgica para dividirem o governo de unidade nacional.
O líder da oposição, Morgan Tsvangirai, foi empossado no início deste ano como primeiro ministro num governo liderado por Mugabe, após meses de tensões políticas.
Apelo Humanitário
As Nações Unidas indicaram o mês passado que a situação no Zimbabué permanece difícil.
O país não tem comida suficiente para alimentar a sua população de 12,5 milhões de pessoas e o apelo humanitário lançado pela ONU só foi financiado em 50%.