Perspectiva Global Reportagens Humanas

Funcionário do Acnur morto a tiro no Paquistão

Funcionário do Acnur morto a tiro no Paquistão

Zill-e Usman foi morto num campo de refugiados perto da cidade de Peshawar; ele é o terceiro funcionário da agência da ONU morto no Paquistão nos últimos seis meses.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, disse estar chocado com a morte de um funcionário da agência, esta quinta-feira, perto da cidade de Peshawar, no noroeste do Paquistão.

Zill-e Usman, de nacionalidade paquistanesa, foi morto a tiro por homens não identificados no campo de Kutcha Gari. Uma nota do Acnur indica que quatro ou cinco homens armados dispararam contra a vítima quando ele caminhava para o seu carro, após uma visita de rotina ao campo.

Atentado à Bomba

Um outro funcionário da agência das Nações Unidas foi ferido no incidente mas encontra-se numa situação estável num hospital local.

Um guarda que trabalhava para o Comissariado para Refugiados Afegãos, um órgão do governo do Paquistão, foi também morto.

Zill-e Usman é o terceiro funcionário da agência da ONU morto no Paquistão nos últimos seis meses. Aleksandar Vorkapic morreu o mês passado durante o atentado à bomba contra o Hotel Continental em Peshawar. E Syed Hashin, um condutor, foi morto em Fevereiro durante o sequestro do John Solecki, o chefe do Acnur na cidade de Quetta. Ele acabaria por ser libertado mais tarde.

Minuto de Silêncio

O porta-voz do Alto Comissariado para Refugiados, William Spindler, disse à Rádio ONU, de Paris, que não há qualquer justificação para ataques contra trabalhadores humanitários.

"É uma vergonha que trabalhadores humanitários que se encontram num país em conflito como o Paquistão para ajudar as vítimas desse conflito possam perder a vida de uma maneira tão violenta. Apelamos aos grupos armados que operam no Paquistão para respeitarem o carácter civil e humanitário dos nossos colaboradores" afirmou.

Funcionários do Acnur em Genebra, sede da agência, observaram esta quinta-feira um minuto de silêncio em memória do seu colega morto.

Usman de 59 anos era casado e pai de quatro filhos.