Incêndios afectam equilíbrio ecológico no Quénia (Português para África)
Uma nota do Pnuma diz que os incêndios vão agravar ainda mais os efeitos da deflorestação no país; perdas financeiras estão estimadas em cerca de US$ 300 milhões por ano.
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, informou que incêndios florestais de grandes proporções estão a afectar várias reservas de humidade no Quénia. Elas incluem o complexo florestal de Mau, de 400 mil hectares, a principal fonte de água de pelo menos 12 rios.
Os Lagos do Vale de Rift, incluindo o Lago Victória, a fonte do rio Nilo, dependem dos rios alimentados pela floresta.
Noor Hassan Noor, o comissário provincial do Vale de Rift, disse que entre 25% a 35% da área oriental da floresta de Mau foi destruida pela calamidade.
Deflorestação
O coordenador do Pnuma no país, Henry Ndede, afirmou que os incêndios vão agravar ainda mais os efeitos da deflorestação e causar mudanças no micro-clima da região.
A nota da agência da ONU indica que o sector de energia no Quénia já está a ser afectado pelos incêndios. A construção de um projecto hidro-eléctrico de US$ 260 milhões foi suspensa porque dependia da água do complexo de Mau.
A diminuição da área florestal poderá também secar o rio Mara, com graves consequências para a população local e os animais selvagens. As perdas no sector do turismo, na indústria do chá e na área da energia foram estimadas em cerca de US$ 300 milhões por ano.