Unicef quer fim da mutilação genital feminina (Português para África)
70 milhões de mulheres e raparigas em África e no Médio Oriente já foram vítimas da prática; a operação tem um impacto negativo na saúde das que sobrevivem.
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Fundo da ONU para a Infância, Unicef, aplaudiu os esforços que estão a ser feitos através do mundo para erradicar a prática de mutilação genital feminina.
No Dia Internacional de Tolerância Zero para com a Mutilação Genital Feminina, comemorado esta sexta-feira, 6 de Fevereiro, o Unicef revelou que cerca de 70 milhões de mulheres e raparigas em África e no Médio Oriente já foram submetidas a essa operação.
Impacto Negativo
A prática resulta muitas vezes em mortes além de ter um impacto negativo na saúde e desenvolvimento das que sobrevivem.
O Unicef citou o exemplo do Sudão como país onde a sociedade civil e comunidades locais estão a tentar acabar com a mutilação genital. Um inquérito realizado em 2006 concluiu que 69 por cento das mulheres e raparigas sudanesas tinham sido submetidas a essa prática.
Estratégia
A representante da agência da ONU em Cartum, Iyabode Olusami, disse que era inaceitável que qualquer rapariga visse os seus direitos violados de forma tão perigosa e desnecessária.
Em 2008, o governo de unidade nacional no Sudão aprovou uma estratégia para abondanar a mutilação genital feminina na próxima geração. 110 líderes religiosos também declararam abertamente que a prática não está associada à fé ou costumes islâmicos, tendo pedido a sua erradicação.