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50 milhões de empregos poderão ser perdidos (Português para a África)

50 milhões de empregos poderão ser perdidos (Português para a África)

Um relatório da Organização Internacional do Trabalho, OIT, revela que a actual crise económica poderá também aprofundar os níveis de pobreza no mundo.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova York.

A Organização Internacional do Trabalho, OIT, prevê um aumento significativo no número de desempregados no mundo, em 2009.

Num relatório lançado esta quarta-feira em Genebra, a OIT afirma que a actual crise económica global poderá levar entre 18 a 50 milhões de pessoas a perderem os seus trabalhos este ano.

Pobreza Extrema

Segundo a Organização Internacional do Trabalho o número de desempregados no mundo deverá atingir os 198 milhões em 2009, um número que poderá subir para 230 milhões se a crise económica continuar a agravar-se.

O relatório da OIT revela ainda que a crise deverá aprofundar os níveis de pobreza nos países em desenvolvimento, atirando mais de 200 milhões de trabalhadores para a pobreza extrema.

Situação Vulnerável

Para Nuno Cunha, coordenador do programa de protecção social da OIT em Moçambique, o aumento dos níveis de desemprego será mais sentida nos países em desenvolvimento onde as populações já são extremamente vulneráveis.

"Estes números vem acentuar ainda mais aquilo que se espera seja um peso, uma consequencia desta crise sobre aqueles que estão mais vulneráveis. Ou seja, aqueles que não tem emprego e aqueles que muitas vezes se encontram em franjas da população que sentem ainda de uma forma mais forte os efeitos da crise. Falamos dos idosos, falamos das crianças. No caso particular de Moçambique, por exemplo, mas também nos países da sub-região, temos também um outro factor a ter em conta: o factor do HIV/Sida. Do impacto que tem ao nível demográfico e ao nível da estrutura familiar, criando uma situação de maior vulnerabilidade de pessoas que terão mais dificuldade em desenvolver actividades de geração de rendimentos ou em aceder a um emprego cada vez menos disponível", disse.