Redução de remessas para AL
Quantias enviadas por migrantes, que vivem em países desenvolvidos, podem diminuir por causa da crise financeira principalmente na Europa e nos Estados Unidos.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O diretor da Comissão Econômica para América Latina e Caribe, no Brasil, Renato Baumann, afirmou que a crise econômica mundial deve levar a uma diminuição no volume de remessas de migrantes para a região.
Baumann falou à Rádio ONU após a publicação do relatório “Situação e Perspectivas da Economia Mundial 2009”, na semana passada, e explicou que menos empregos na Europa e nos Estados Unidos poderá resultar na queda da quantidade de dinheiro enviado à casa pelos migrantes.
Choque
“Como a maior parte dos migrantes da América Latina se destina aos Estados Unidos e à Europa, sobretudo a Península Ibérica, particularmente Espanha, uma vez que estas economias tenham um rendimento bastante baixo, isso significa menor oportunidade de emprego e menor renda remetida de volta para casa. Isso é um choque bastante importante para diversos países”, afirmou.
De acordo com a Cepal, o volume de remessas enviadas por migrantes à América Latina representa de 1% a 2% do Produto Interno Bruto, PIB.
Já no Caribe, a receita de divisas com remessas supera o valor exportado no Haiti.
Diferença
No ano passado, as remessas de migrantes ajudaram a compensar os efeitos negativos do déficit comercial do México.
Baumann disse que no Brasil, apesar de não representar uma parte importante do PIB, as remessas fazem a diferença na vida de muitas famílias.
“Comparado ao PIB, o valor desta reserva é pequeno. Mas tem um efeito distributivo importante porque para as famílias que recebem estas remessas, o impacto sobre estas famílias é muito alto.
Crescimento Negativo
Então é um tema importante para a região em seu conjunto definitivamente”, disse.
De acordo com previsões da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, o crescimento global deve baixar 1% ou mais por causa da crise mundial em 2009.
A agência não descartou a possibilidade de crescimento negativo.