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Unicef pede fim do tráfico infantil na Guiné-Bissau

Unicef pede fim do tráfico infantil na Guiné-Bissau

Estudo mostra que mais de 200 crianças são levadas para o Senegal todos os meses.

Yara Costa, da Rádio ONU em Nova York.

Um estudo realizado no Senegal e apoiado pelo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, em 2003, sugeriu que a maioria das 120 mil crianças de rua em Dacar, Senegal, é da Guiné-Bissau.

De acordo com o Unicef, muitas crianças estariam sido traficadas entre a fronteira dos dois países.

Educação Religiosa

Dados recentes da polícia de fronteira guineense, mostram que 104 crianças foram resgastadas das mãos dos traficantes enquanto tentavam atravessar ilegalmente.

Segundo estimativas de organizações locais e da polícia, cerca de 200 crianças são levadas para o Senegal, todos os meses sobre o pretexto de irem para o país para obter educação religiosa.

Uma das crianças resgatadas, contou que elas são obrigadas a entregarem diariamente dinheiro ao professor quando não o fazem, estariam sendo torturadas.

Há também relatos de que muitas crianças são levadas para o Senegal para trabalharem nas plantações de algodão enquanto os pais acreditam que os filhos estão a ter uma melhor educação religiosa.

Esforços do Unicef

O Unicef está a trabalhar directamente com o governo e outros parceiros através de apoio financeiro e técnico.

Em entrevista à Rádio ONU, a oficial de comunicação do escritório da Unicef na Guiné, Karyna Silva Gomes, falou de Bissau sobre os esforços que estão a ser feitos para acabar com o tráfico de crianças.

“O que o Unicef fez concretamente, foi relativamente ao governo apoiar na formação de 80 polícias fronteiriças da imigração, que foram recentemente formadas sobre os princípios dos Direitos Humanos, legislação internacional e local, e outros módulos ligados ao tráfico de crianças, incluindo como detectar e fazer parar os traficantes de crianças” disse.

A agência da ONU informou que a Guiné-Bissau ainda não adoptou a lei contra o tráfico de crianças mas até a eleição do novo parlamento em Novembro, nenhuma decisão poderá ser tomada.