ONU assiste vítimas de xenofobia na África do Sul (Português para África)

Incerteza paira sobre segurança de 3,5 mil deslocados; Tribunal Constitucional analisa recurso contra encerramento dos campos.

João Duarte, Rádio ONU em Nova Iorque.

Na África do Sul termina esta sexta-feira o prazo para o encerramento dos campos de refugiados criados pelo governo na sequência da violência xenófoba que assolou o país no mês de Maio.

No total existem seis campos que abrigam um total de 3,5 mil deslocados na província de Gauteng situada no norte do país, próximo da fronteira com Moçambique.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, afirma que muitos dos deslocados receiam o que lhes possa vir a acontecer uma vez encerrados os campos.

Hostilidade

O porta-voz do Acnur na África do Sul, Yusuf Hassan, afirma que em algumas áreas de Joanesburgo, como no sector informal de Ramaphosa e em algumas áreas de Alexandria, a hostilidade ainda está presente o que dificulta o regresso dos deslocados.

A maioria dos deslocados é proveniente do Zimbabué, República Democrática do Congo, Somália, Moçambique, Ruanda e Burundi.

Prevê-se que o Tribunal Constitucional venha a pronunciar-se na segunda-feira sobre o recurso interposto por várias ONGs relativamente ao futuro dos campos.