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Crise alimentar em África será debatida em Roma

Crise alimentar em África será debatida em Roma

Moçambique e Guiné-Bissau serão um dos mais afectados, segundo agência da ONU.

Mônica Villela Grayley, Rádio ONU em Nova York.

O encontro da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, abre esta terça-feira na capital italiana, Roma.

O evento conta com vários líderes internacionais incluindo o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon.

Bioenergia

O objectivo do encontro é a procura de soluções para a actual crise alimentar. Antes da reunião, a FAO emitiu uma lista com 22 países em situação mais vulnerável. A maioria situa-se na África Subsaariana. Moçambique e a Guiné-Bissau fazem parte deste grupo.

De acordo com os organizadores do evento, o biocombustível será um dos temas principais dos debates.

Referindo-se à indústria do açúcar, Leonardo Rocha da Organização Internacional do Açúcar, disse à Rádio ONU, de Londres, que as perspectivas para África de desenvolver biocombustível a partir da cana-de-açucar, são animadoras.

"Nós temos a indústria de Moçambique que é uma das indústrias que mais cresce hoje. Moçambique vai conseguir beneficiar de acesso ao mercado europeu sem pagar tarifas de importação”.

Pobreza Extrema

Em Angola coloca-se o problema da modernização da produção agrícola.

Antes do encontro o vice-ministro angolano da Administração do Território, Mota Liz, falou à Rádio ONU, de Nova York, e explicou os desafios para o seu país.

“Angola tem terras aráveis, tem terras férteis, tem recursos hídricos mas deve passar de uma economia de subsistência em que as suas populações ainda produzem com métodos artesanais para uma economia mais empresarial”, disse.

De acordo com o governo brasileiro, o presidente Luis Inácio Lula da Silva deverá discursar sobre os benefícios da bioenergia incluindo a produção de biocombustíveis.

Participam também da reunião da FAO, o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero, o presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, e o presidente do Zimbabué, Robert Mugabe.

De acordo com a FAO, mais de 854 milhões de pessoas passam fome no mundo. Se nada for feito para inverter a crise, mais de 100 milhões podem ser lançadas na extrema pobreza.

Apresentação*: João Duarte, da Rádio ONU em Nova York.