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Aumento de produção é o caminho, dizem os Palop (Português para África)

Aumento de produção é o caminho, dizem os Palop (Português para África)

Países africanos de língua portuguesa apostam em melhores recursos para combater crise alimentar; Moçambique, Guiné-Bissau e Angola discursaram no evento.

João Duarte, Rádio ONU em Nova York.

Vários ministros da agricultura de países de língua oficial portuguesa em África, Palop, analisaram em Roma, na Itália, formas de combaterem a crise alimentar mundial.

Segundo uma lista da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, a Guiné-Bissau e Moçambique, estariam entre os 22 países mais afectados pela crise.

Oportunidade

No seu discurso, o presidente da Assembleia Nacional de Angola, Roberto Victor de Almeida, afirmou que a crise alimentar pode criar oportunidades.

“Esta tendência crescente dos preços dos alimentos poderia ser transformada em oportunidade sobretudo para os países em desenvolvimento com grande potencial agrícola. Deveriam promover maiores investimentos no sector agrário tendo em vista conseguir uma maior satisfação dos seus mercados e eventualmente canalizar os excedentes para o mercado externo”, disse.

Produzir Mais

A aposta num melhor aproveitamento dos recursos naturais do país é a proposta avançada pelo ministro moçambicano da Agricultura, Soares Nhaca.

“Para nós, a resposta a esta situação é produzir mais e melhor a nossa própria comida. Já antes da crise o governo havia traçado a estratégia da revolução verde visando aumentar a produção e produtividade agrária e gerar mais renda e emprego nas zonas rurais onde vive mais de 70% da população moçambicana”, afirmou.

As consequências das mudanças climáticas sobre a produção alimentar e a tomada de medidas adequadas estão na agenda do governo da Guiné-Bissau, segundo o primeiro-ministro Martinho Ndafa Cabi.

“Neste momento, para além da necessidade de atenuar os impactos negativos da escassez de produtos alimentares e a subida de preços, impõe-se repensar toda a problemática das políticas de desenvolvimento numa perspectiva de equilíbrio do nosso ecossistema tendo em conta os efeitos das mudanças climáticas e das bio-energias”, disse.

A cimeira da FAO termina nesta quinta-feira em Roma.

Apresentação*: João Duarte, Rádio ONU em Nova York.