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Violência contra menores aumenta na Somália

Violência contra menores aumenta na Somália

Segundo relatório do Secretário-Geral tanto as forças do governo quanto as da oposição são responsáveis pelos abusos.

Cadija Tissiani, Rádio ONU em Nova York.

Um novo relatório do Secretário-Geral, Ban Ki-moon, sobre crianças em conflitos armados na Somália denuncia o aumento das violações de menores no país, nos últimos anos.

O estudo, lançado esta quarta-feira, na sede ONU, em Nova York, aponta, sobretudo, para o recrutamento e utilização de crianças em confrontos armados.

Assassinatos, mutilação e abuso de menores, bem como a negação de ajuda humanitária às crianças também foram citados no documento.

Violência

De acordo com o relatório, tanto o Governo Federal de Transição, TFG, quanto os grupos de oposição são responsáveis pelas violações. O texto atribui as mortes infantis e mutilações aos confrontos entre as tropas etíopes, forças de oposição ao governo e manifestantes civis.

Ban pediu aos envolvidos que renunciem ao recrutamento e utilização de crianças nas forças armadas, se esforcem para minimizar as baixas civis durante a luta e se abstenham dos ataques a escolas e hospitais.

Violações

O Secretário-Geral observou também que os registos sobre casos de agressões sexuais contra as crianças aumentaram de 115 para 128 no último ano.

Ele apelou às autoridades etíopes para que intensifiquem investigações de violações graves contra crianças nas suas forças.

Confrontos

A Somália tem sido palco de violentos combates entre as forças do Governo Federal de Transição, que é apoiado por forças etíopes, e grupos anti-governo, incluindo os remanescentes da União dos Tribunais Islâmicos, insurgentes Al-Shabaab e milícias Hawiye.

Desde fevereiro de 2007, 340 mil pessoas fugiram dos combates em Mogadíscio, enquanto 1,9 milhões de somalis, cerca de 20% da população, necessitam de assistência humanitária.

Apresentação*: João Duarte, Rádio ONU em Nova York.