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Ban irá ao Quênia para discutir violência

Ban irá ao Quênia para discutir violência

Secretário-Geral (foto) anunciou viagem de emergência durante Cimeira da União Africana em Addis Abeba, Etiópia.

Mais de 800 pessoas já morreram em confrontos após as eleições presidenciais de Dezembro.

Ban falou a jornalistas durante a 10ª. Cimeira da União Africana, em Addis Abeba, na Etiópia.

Ele se reuniu com o presidente queniano Mwai Kibaki, antes de partir para o Quénia, para um encontro com o líder da oposição, Raila Odinga, de acordo com o porta-voz de Ban Ki-monn, Fahan Hak.

A analista-sénior de Política das Nações Unidas, Valerie de Campos Mello, falou à Rádio ONU, em Nova York, sobre a contribuição de Ban ao debate.

“A própria visita do Secretário-Geral traz a mensagem sobre a importância do Quénia para a ONU. Existe uma grande preocupação com a violência. Espera-se que ela chegue ao fim e que o processo político para uma resolução política sobre as tensões, que começaram em 27 de Dezembro, possa avançar”, explicou.

Acusação

Para Ban Ki-moon, cabe aos dois líderes resolver a questão de maneira pacífica.

Segundo Valérie de Campos Mello, esta não é a primeira vez que se registam confrontos pós-eleitoral no Quénia.

“Sabemos que, em outras eleições, também ocorreram episódios de violência, essa não é a primeira vez que acontece. Mas realmente, o nível da violência desta vez foi extraordinário. O que está em jogo agora é tentar achar talvez um mecanismo de um governo de união nacional ou um governo com algum tipo de divisão do poder, em que essas questões estruturais possam vir a ser consideradas para trazer uma solução de consenso sobre essas questões fundamentais para o futuro do país”, disse.

Simpatizantes de Odinga e Kibaki entraram em choque desde o resultado do pleito que reelegeu Kibaki.

Para o líder da oposição, as eleições teriam sido fraudadas, mas o governo nega a acusação.

Conselho de Segurança

Na quarta-feira, o subsecretário-geral do Departamento de Assuntos Políticos, Lynn Pascoe, foi ao Conselho de Segurança fazer um relato da violência no Quénia.

Segundo ele, casas estão sendo queimadas, e a tensão entre as etnias Kukuyu, do presidente Kibaki, e Luo, do oposicionista Odinga, tem aumentado nos últimos dias.

Pascoe lembrou que a ONU está profundamente engajada nos esforços para resolver o conflito. Ele também relatou o trabalho das agências das Nações Unidas em apoio às vítimas da violência.

Crianças

Na quarta-feira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, lançou um apelo de US$ 6,6 milhões de dólares, para operações de protecção de crianças e mulheres.

Segundo o Unicef, cerca de 250 mil pessoas estão desalojadas.