Julgamentos em Guantánamo preocupam, diz relator (Português para o Brasil)
Martin Scheinin (foto) participou de audiências na base militar; EUA dizem que observação é “crítica injusta”.
Mônica Valéria Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O relator especial para Promoção e Proteção dos Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais da ONU, Martin Scheinin, afirmou que existem dificuldades práticas nos julgamentos realizados em Guantánamo.
A base militar americana detém centenas de pessoas acusadas de terrorismo.
Scheinin fez a declaração durante a apresentação de um relatório ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.
Ele observou, a convite do governo dos Estados Unidos, uma audiência sobre o caso Salim Ahmed Hamdan, do Iêmen, capturado no Afeganistão em 2001.
Testemunhas
Hamdan está preso em Guantánamo desde 2002 após ser indiciado por conspiração e por fornecimento de material de apoio ao terrorismo.
“As audiências proporcionam ilustrações gráficas das dificuldades práticas de se realizar um julgamento justo, numa base militar distante”, disse.
Segundo o relator da ONU, as audiências confirmam ainda a dificuldade ou mesmo impossibilidade da defesa de fornecer provas, uma vez que testemunhas do exterior ou até mesmo detentos da base não puderam ser ouvidos.
A representante dos Estados Unidos, em Genebra, Melanie Khanna, disse que o relatório de Scheinin perdeu oportunidades de se aprofundar na discussão internacional de como democracias devem tratar ameaças de grupos terroristas.
Segundo ela, o documento traz críticas super simplificadas e injustas dos Estados Unidos.