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Unodc pede apoio à Guiné-Bissau no combate ao narcotráfico

Unodc pede apoio à Guiné-Bissau no combate ao narcotráfico

O director-executivo do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime, António Maria Costa (foto), pediu ao Conselho de Segurança apoio para o combate ao narcotráfico na Guiné-Bissau.

Jorge Soares, da Rádio ONU em Nova York.

O director-executivo do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime, António Maria Costa, pediu ao Conselho de Segurança apoio para o combate ao narcotráfico na Guiné-Bissau.

O chefe do Unodc participou de uma reunião a portas fechadas do conselho para analisar a situação no país.

Em conversa com jornalistas após o encontro, António Maria Costa falou sobre as dificuldades que o país enfrenta no combate ao crime organizado.

Ele disse que a Guiné-Bissau é a evidência de um país com capacidade limitada para controlar suas fronteiras terrestres e marítimas e seu espaço aéreo.

De acordo com o António Maria Costa, os traficantes exibem no país um alto nível de riqueza enquanto, segundo ele, o resto da comunidade vive com cerca de US$ 1 dólar por dia.

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, enviou ao Conselho de Segurança seu último relatório sobre a situação na Guiné-Bissau em que elogia os esforços do governo guineense pela democratização do país e pelo combate ao narcotráfico.

Onugbis

No relatório, Ban Ki-moon destaca a importância da conferência contra o narcotráfico organizada pelos governos guineense e português que ocorrerá no dia 19, em Lisboa, capital de Portugal.

Ban Ki-moon recomendou ao Conselho de Segurança a renovação, por um ano, do mandato do Escritório da ONU de Apoio à Consolidação da Paz na Guiné-Bissau, Onugbis.

Segundo o Secretário-Geral, a presença do Onugbis é imprescindível para consolidar os progressos e evitar retrocessos.

Reformas

O encarregado de informação do Onugbis, Vladimir Monteiro, falou à Rádio ONU, de Bissau, sobre iniciativas do governo guineense para melhorar a situação social.

“O governo assinou, nos últimos dias, alguns programas de apoio financeiro com parceiros internacionais. Mas a verdade é que, com os salários em atraso, as dificuldades em níveis económico e educativo poderão continuar, e isso não facilita a estabilidade política. Para as Nações Unidas, é extremamente importante que haja essa estabilidade porque o próximo ano é ano de eleições e é um mandato importante para a Guiné-Bissau e para a comunidade internacional, que tem trabalhado para a consolidação da paz”, disse.

No seu relatório ao Conselho de Segurança, o Secretário-Geral se referiu ainda a um projecto conjunto do governo guineense e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, para organizar, em Janeiro próximo, um recenseamento dos militares em todo país.

O recenseamento deverá facilitar o programa de reforma das Forças Armadas.