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Guterres espera que cimeira de Rabat faça propostas de desenvolvimento

Guterres espera que cimeira de Rabat faça propostas de desenvolvimento

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, formulou votos para que a Conferência Ministerial Euro-Africana sobre Imigração Clandestina, aberta segunda-feira em Rabat, Marrocos, faça propostas claras em prol do desenvolvimento dos países do Sul.

Trinta países europeus e 27 africanos participam na reunião de Rabat, entre países de origem, trânsito e destino dos fluxos migratórios assim como organizações internacionais como a ONU, a União Europeia e a União Africana (UA).

Para Timóteo Macedo, presidente da organização portuguesa Solidariedade Imigrante, a aposta no desenvolvimento dos países de partida constitui a solução ao problema da emigração.

“Nós gostaríamos de ver discutidos que políticas de desenvolvimento social, político e económico é que existem para os países mais pobres. Se não discutirem isso, se continuarem a preconizar medidas de avulso para tentar parar esses fluxos migratórios em direcção ao Norte, não vão resolver coisa nenhuma. Vão adiar o problema”, explicou o presidente de Solidariedade Imigrante.

No entanto, Macedo defende uma nova filosofia dos programas de desenvolvimento visto que os actuais não têm funcionado.

“São projectos que não contam com as pessoas desses países, com pessoas com capacidade e também com princípios do ponto de vista ético que possam eles próprios garantir esse desenvolvimento. Se esse desenvolvimento assentar única e exclusivamente nos governos instituídos, estes projectos estão destinados ao fracasso. É preciso mudar a sua filosofia, contando com as pessoas e ONG’s de lá e não de uma forma paternalista e assistencialista como eles são concebidos. Muitas vezes envia-se para lá algumas pessoas mas é no sentido de criar alguns mecanismos de minimizar esta ou aquela situação”, acrescentou o dirigente associativo.