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Esforços de Moçambique contra má nutrição ainda insuficientes, diz Unicef

Esforços de Moçambique contra má nutrição ainda insuficientes, diz Unicef

A luta contra a má nutrição infantil em Moçambique está a surtir efeitos mas os esforços são ainda insuficientes, segundo o relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Segundo Karine Manente, do Programa Alimentar Mundial (PAM) em Maputo, a taxa de crianças mal nutridas em Moçambique é de 41% e elas estão sobretudo concentradas nas zonas rurais e no norte do país.

"A nível de Moçambique, a taxa de má nutrição crónica em crianças menores de cinco anos é de 41%, sendo mais alta nas zonas rurais do que nas áreas urbanas e mais acentuada na zona norte do país, em comparação com as regiões centro e sul. A OMS estima que 41% é um nível alto, daí a nossa preocupação em ajudar o Governo para poder diminuí-lo", notou.

Em Moçambique como em toda a África Austral, o HIV/Sida é uma das causas da má nutrição infantil.

"Quando a doença afecta um membro da família, isto é, o pai, a mãe ou ambos, a criança acaba por sofrer porque os seus pais deixam de ter uma capacidade produtiva, de poder trabalhar e de ter um rendimento e essa situação tem um impacto no crescimento da criança", explicou aquela técnica do PAM.

O apoio do PAM ao Governo inclui a distribuição de refeições nomeadamente nas escolas, cuja composição permite melhorar o estado nutricional das crianças.

"A ajuda visa precisamente combater a má nutrição. Por exemplo, a ração escolar distribuída durante o lanche é composta por cereais, leguminosas, feijões e óleo, o que se traduz em calorias e proteínas que as crianças precisam para crescer. Espera também que as escolas e os pais ofereçam um suplemento que inclui produtos vegetais", disse Manente.

O relatório 2006 do Unicef sobre o estado da nutrição das crianças realça a necessidade de um maior apoio dos países ricos ao mesmo tempo que destaca a importância do aleitamento materno.