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Apoio dos deslocados na Guiné-Bissau custa US$ 3,6 milhões, diz Ocha

Apoio dos deslocados na Guiné-Bissau custa US$ 3,6 milhões, diz Ocha

O Escritório de Coordenação da Assistência Humanitária da ONU (Ocha) precisa de 3.6 milhões de dólares para apoiar cerca de 20 mil pessoas na Guiné-Bissau, vítimas dos combates que assolaram o norte do país em Março.

Em meados de Março, o exército guineense lançou uma ofensiva contra o que se acreditava ser a base do chefe dos rebeldes da Casamança, nos arredores da vila de São Domingos, levando milhares de pessoas a abandorarem as suas aldeias.

Desde então, as agências da ONU têm assistido às populações com alimentos, água, saneamento e educação sem no entanto conseguir levá-las a regressarem às suas aldeias, segundo Jean Dricot, representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

"O retorno depara-se com dois problemas. O primeiro obstáculo se deve à presença não identificada de minas e o segundo à destruição e pilhagem das aldeias", referiu o representante do Unicef.

Em relação às minas, Dricot precisa que os eventos do norte da Guiné-Bissau podem levar a dar seguimento a um programa de desminagem actualmente em curso no país. O representante do Unicef explicou como funciona o programa de desminagem naquele país.

"As actividades têm três componentes: a informação, a elaboração de mapas das minas e a securização das localidades. O Unicef assume a questão da informação e vai reforçar esta componente enquanto que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) lida com a questão de localização das minas através da elaboração de mapas. Sabemos que há outras minas mas não sabemos onde estão, pelo que o trabalho é importante. Finalmente, há uma terceira fase que consiste em declarar a zona segura ou não. Esta questão está sob a responsabilidade deste projecto. Claro que a própria desminagem é um aspecto importante mas ela é da responsabilidade de uma outra componente. Mas antes de desminar há que saber onde estão as minas", explicou.