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África precisa de 1,6 milhão de professores até 2015, diz Unesco

África precisa de 1,6 milhão de professores até 2015, diz Unesco

A África subsaariana precisa de mais 1,8 milhão de professores até 2015 para cumprir a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) de garantir a educação primária para todas as crianças do mundo.

Entre os países que têm o maior desafio está o Chade, que precisará de quase quatro vezes mais professores do que tem hoje, e a Etiópia, que precisa dobrar o número de instrutores.

De igual modo, as necessidades de Moçambique são importantes, tanto mais que a Sida tem assolado a classe docente, segundo Noel Chicuecue, do departamento de educação da Unesco em Maputo.

"Estão a faltar 55 mil professores, o que é bastante elevado. Isto quase que corresponde ao número actual, que é de 60 mil. Por isso, vai ter que ser feito um esforço para fazer face à falta de professores tanto em quantidade como em qualidade. Por outro lado, a pandemia de Sida tem reduzido o número de professores. Moçambique tem uma taxa de prevalência de 16,2%", afirmou.

Segundo Chicuecue, o governo moçambicano tem apostado nas formações de curta duração e contínua para superar as dificuldades.

"O Ministério da Educação já tomou decisões claras no que respeita à formação de professores, optando, por um lado, por cursos de curta duração mas que versam sobre o essencial de forma a que o professor que está numa sala de aulas tenha o mínimo de conhecimentos para garantir a qualidade do ensino. Esta é uma medida em curso porque a formação de longa duração não constitui a solução adequada. A outra medida tem a ver com a formação em exercício", acrescentou Chicuecue.

A falta de professores é apenas um dos problemas com que se depara o sistema do ensino primário no país, cuja taxa de repetência é de 22%, segundo a Unesco.

"Os problemas prendem-se com a falta de professores, as condições de ensino. Há pouco tempo foi feita uma reforma curricular com o objectivo de elevar o currículo . Em Moçambique o livro é gratuito mas é preciso assegurar que chegue a tempo e seja utilizado de forma eficaz", concluiu o técnico da Unesco, em Moçambique.