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No Dia Mundial de Prevenção do Afogamento, OMS destaca riscos para crianças

Um menino em Bangladesh navega em um rio cheio devido aos dias de chuva de monções. Ele está coletando garrafas plásticas jogadas no rio para vender a recicladores e ajudar sua família a comprar alimentos
Unicef/Thomas Nybo
Um menino em Bangladesh navega em um rio cheio devido aos dias de chuva de monções. Ele está coletando garrafas plásticas jogadas no rio para vender a recicladores e ajudar sua família a comprar alimentos

No Dia Mundial de Prevenção do Afogamento, OMS destaca riscos para crianças

Saúde

Problema está entre as 10 principais causas de morte de crianças e jovens de 1 a 24 anos em todas as regiões do mundo; mais de 90% das fatalidades ocorrem em países de renda baixa e média em rios, lagos, poços, reservatórios de água doméstica e piscinas; inundações causadas por mudanças climáticas aumentam preocupação. 

Todos os anos, quase 250 mil pessoas perdem a vida por afogamento, sendo quase 82 mil delas crianças de 1 a 14 anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS, as crianças menores de quatro anos são as que correm maior risco.

Para ajudar a evitar essas mortes, o 25 de julho foi escolhido como o Dia Mundial de Prevenção do Afogamento. As intervenções incluem soluções baseadas na comunidade, como creches para crianças e barreiras que controlam o acesso à água.

Mudança climática e inundações

A OMS também defende políticas e legislações nacionais eficazes em torno da segurança aquática, incluindo a definição e aplicação de regulamentações de navegação, transporte e balsas.

A agência de saúde da ONU chamou a atenção para o fato de que com as mudanças climáticas, os desastres relacionados com inundações afetam cada vez mais pessoas. Durante as cheias, o afogamento é a principal causa de mortes.

Em relatório sobre o tema, a OMS afirma que o afogamento causou mais de 2,5 milhões de mortes evitáveis ​​na última década. Mais de 90% das fatalidades ocorrem em países de renda baixa e média em rios, lagos, poços, reservatórios de água doméstica e piscinas.

Para explicar a dimensão do problema, a OMS ressaltou que apenas em 2019, mais de 235 mil pessoas morreram desta forma, o que equivale a 650 mortes por dia, ou 26 óbitos por hora.

Aulas formais de natação podem reduzir o risco de afogamento
Unsplash/Kevin Paes
Aulas formais de natação podem reduzir o risco de afogamento

Seis soluções

Além disso, a agência sublinha que o afogamento está entre as 10 principais causas de morte de crianças e jovens de 1 a 24 anos em todas as regiões do mundo. Mais de 60% de todos os óbitos ocorrem na região do Pacífico Ocidental e no Sudeste Asiático.

A OMS estabeleceu seis soluções baseadas em evidências para prevenir o afogamento. Uma delas é ensinar natação básica, segurança aquática e habilidades de resgate para crianças em idade escolar.

Outras são fornecer locais seguros para crianças em idade pré-escolar, instalar barreiras de controle de acesso, promover treinamentos, reforçar regulações e gerir riscos de inundações e outros perigos ambientais.

Afogamento é o processo de experimentar comprometimento respiratório por submersão ou imersão em líquido. Os impactos negativos do afogamento podem ser morte ou morbidade, como lesões e deficiência.

Resposta internacional

Em abril de 2021, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou uma resolução sobre a prevenção mundial do afogamento, reconhecendo a escala e impacto do problema a nível mundial.

O texto apela por uma abordagem multissetorial e convida todos os Estados-Membros a observarem o Dia Mundial em 15 de julho, com foco em medidas para aumentar a conscientização e reduzir mortes.

E em maio de 2023, a 76ª Assembleia Mundial da Saúde adotou sua primeira resolução sobre a prevenção do afogamento, solicitando aos governos que acelerem ações de mitigação até 2029. A resolução foi proposta pelos governos de Bangladesh e da Irlanda e adotada por todos os 194 Estados-Membros.