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Catarina Furtado pede atribuição de custos eficaz para saúde materna em Timor-Leste

Furtado reafirmou o apoio da agência da ONU para a redução da mortalidade materna no país lusófono
Unfpa
Furtado reafirmou o apoio da agência da ONU para a redução da mortalidade materna no país lusófono

Catarina Furtado pede atribuição de custos eficaz para saúde materna em Timor-Leste

ODS

Temas de saúde sexual e reprodutiva marcam visita da Embaixadora da Boa Vontade do Unfpa ao país asiático até sábado; agência reafirma apoio para melhora da qualidade dos serviços prestados às mães e aos bebês nas unidades de saúde. 

Catarina Furtado pede atribuição de custos eficaz para saúde materna em Timor-Leste 

Temas de saúde sexual e reprodutiva marcam visita da Embaixadora da Boa Vontade do Unfpa ao país asiático até sábado; agência reafirma apoio para melhora da qualidade dos serviços prestados às mães e aos bebês nas unidades de saúde. 

A embaixadora da Boa Vontade do Fundo da ONU para a População, Unfpa, Catarina Furtado, reiterou que é preciso medidas eficazes em termos de custos para a saúde materna em Timor-Leste. Nesta quinta-feira, a apresentadora portuguesa se encontrou com o presidente José-Ramos Horta.

As metas nacionais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS, preveem que, ainda nesta década, o número de mortes maternas baixe dos atuais 195 para 70 em cada mil nados-mortos no país asiático.

Parceiros e unidades sanitárias

Em Díli, Furtado reafirmou o apoio da agência da ONU para a redução da mortalidade materna no país lusófono. Ela teve encontros com estudantes, parceiros e instalações sanitárias para abordar a saúde sexual e reprodutiva. 

Além da reunião com o líder timorense, Furtado teve contato com governantes, incluindo o primeiro-ministro Xanana Gusmão. 

Catarina Furtado esteve com populações-chave para a resposta e aperticipou em diálogo de alto nível
Unfpa
Catarina Furtado esteve com populações-chave para a resposta e aperticipou em diálogo de alto nível

 

Outras visitas incluíram ONGs de combate ao estigma e à discriminação a pessoas vivendo com o vírus HIV, além de populações-chave para a resposta e a participação em um diálogo de alto nível.

A taxa de mortalidade em Timor-Leste é considerada uma das mais altas da Ásia, apesar da diminuição significativa nos últimos anos. Em 2010, a cifra chegou a 557 mortes por 100 mil nados-vivos.

Para o Unfpa,  o número atual continua “inaceitavelmente elevado em nível global” e longe da meta a ser alcançada até 2030. 

Serviços prestados a mães e bebês

Um relatório sobre mortalidade materna revelou que cerca de 68% dos casos fatais tiveram cuidados pré-natais entre 2019 e 2020. A cifra aponta a necessidade de melhora da qualidade dos serviços prestados às mães e aos bebês em unidades de saúde. 

De acordo com as autoridades timorenses, apenas 49% dos nascimentos ocorreram numa unidade de saúde. Nesse período, cerca de 57% deles foram assistidos por profissionais de saúde qualificados. 

Entre as mulheres grávidas, crescimento mais acentuado na prevalência do vírus ocorreu entre gestantes com idades compreendidas entre os 15 e 24 anos
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Em Timor-Leste, apenas 24% das mulheres casadas, de idades compreendidas entre os 15 e os 49 anos, usam métodos contraceptivos modernos. Três quartos das solteiras sexualmente ativas têm uma necessidade não satisfeita de contracepção.

Alta acentuada na prevalência do HIV

Outra preocupação é com a evolução rápida da epidemia do HIV/Aids no país. A prevalência do vírus aumentou 10 vezes entre mulheres grávidas e pacientes com infecções sexualmente transmissíveis, comparado ao nível de 2013. Outros grupos populacionais requerendo atenção são a Polícia Nacional e as Forças Armadas.

Já entre as mulheres grávidas, o crescimento mais acentuado na prevalência do vírus ocorreu entre gestantes com idades compreendidas entre os 15 e 24 anos.

Timor-Leste apresenta elevados níveis de estigma e discriminação em relação às pessoas que vivem com a condição, além de “barreiras substanciais relacionadas com o gênero e os direitos humanos que impedem o progresso” na resposta. 

O Relatório do Índice de Estigma e Discriminação do HIV, publicado pelo Unfpa, aponta o estigma e a discriminação relacionados com o vírus como a principal barreira ao tratamento.