Ban elogia participação do Ruanda em operações de paz (Português África)
Falando numa conferência de imprensa, em Nova Iorque, Ban Ki-moon disse que encorajou o país africano a submeter os seus comentários sobre o relatório de direitos humanos cometidos na RD Congo, entre 1993 e 2003.
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que compreende as preocupações do Ruanda sobre o relatório de abusos de direitos humanos cometidos na República Democrática do Congo entre 1993 e 2003.
Falando numa conferência de imprensa, esta quinta-feira, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, Ban elogiou o compromisso do Ruanda com a organização e com as suas operações de paz em particular.
Operações
O Secretário-Geral visitou aquele país africano no início desta semana para discutir o documento com o presidente Paul Kagame e outros dirigentes do país.
Ban Ki-moon disse aos jornalistas que ele e o presidente Kagame concordaram que é extremamente importante que o Ruanda continue a participar em operações de manutenção de paz.
Ele salientou que a presença de capacetes azuis ruandeses no Sudão será crucial para a protecção da população civil durante os dois referendos marcados para Janeiro do próximo ano.
O Secretário-Geral disse ainda que encorajou o Ruanda a submeter os seus comentários sobre o relatório, até o final do mês, conforme solicitado pela Alta Comissária para Direitos Humanos, Navi Pillay. O documento será publicado a 1 de Outubro.
As Nações Unidas descreveram o estudo como um exercício de mapeamento sem precedentes na história da organização.
O relatório cobre um período de 10 anos em todo o território congolês e apresenta um total de mais de 600 incidentes durante os quais dezenas de milhares de pessoas foram mortas. A maior parte desses ataques foram perpetrados contra civis, a sua maioria mulheres e crianças.
Violação
Ban Ki-moon falou também sobre a recente violação de mais de 200 mulheres em aldeias da província de Kivu Norte, a leste da República Democrática do Congo.
O Secretário-Geral disse que o governo congolês tem de combater o que descreveu de violência terrível mas reconheceu que a ONU também deve melhorar a sua resposta a este tipo de incidentes.