OIM revela aumento de remessas para países menos desenvolvidos
As remessas enviadas pelos emigrantes dos países menos desenvolvidos a suas famílias aumentaram em quatro mil milhões de dólares desde o ano 2000, superando os 10 mil milhões de dólares em 2004, aponta um estudo divulgado quarta-feira pela Organização Internacional das Migrações (OIM).
Uma realidade que confirma Félix Mambule, director do Instituto de Apoio ao Emigrante de Moçambique, com o exemplo dos emigrantes moçambicanos na África do Sul.
«Eles estão na África do Sul ao abrigo de um acordo entre os dois governos que é uma herança da época colonial. Aqueles que vão trabalhar naquele país beneficiam de uma transferência diferida de 60% do seu salário em divisa.
Vem receber estes 60% em contra-valor meticais (a moeda moçambicana) quando regressam ao país. E lá, enquanto estão a trabalhar, recebem 40% em moeda local. Para além dessas transferências controladas pelo Banco de Moçambique, há que ter em conta aqueles valores que vão entrando sem passar pelas vias oficiais e que beneficiam as famílias», disse o Manbule.
A pesquisa da OIM demonstra que o volume das remessas pode ser ainda maior, pois muitas são feitas por meios não oficiais, utilizados pelos emigrantes devido aos altos custos de transferência através de entidades formais, assim como à pequena infra-estrutura e fraqueza do sector financeiro nos países menos desenvolvidos.