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Cientistas usam tecnologia nuclear para explorar deserto do Sahel

Cientistas usam tecnologia nuclear para explorar deserto do Sahel

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Com apoio da Aiea, especialistas de 13 países africanos fizeram primeira avaliação dos lençóis freáticos nesta área de 5 milhões de km²; de momento já conseguiram pegar informações sobre níveis de contaminação.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.

Direto da República Centro-Africana, a Agência Internacional de Energia Atómica, Aiea, informa que cientistas de 13 países africanos estão a realizar uma exploração no deserto do Sahel.

Numa das regiões mais pobres do mundo, os especialistas estão a utilizar técnicas nucleares para avaliar pela primeira vez os lençóis freáticos de uma área de 5 milhões de km².

Contaminação

A Aiea presta apoio à missão e explica que até agora, os cientistas já conseguiram reunir importantes informações sobre níveis de contaminação e sobre os fluxos que conectam aquíferos e bacias do Sahel.

O chefe do laboratório de hidrologia da Universidade de Bangui, Eric Foto, declarou que “esta informação é como ouro”. Os especialistas poderão avisar os governos sobre onde existe água para perfurar poços, de onde vem a poluição e como está a qualidade da água.

A Aiea explica que o Sahel vai do oeste ao centro e norte de África, numa região que abriga 135 milhões de pessoas. Um dos grandes desafios da área é o acesso à água limpa, essencial para beber, para a produção de alimentos e para o saneamento.

Estudos

A agência da ONU forneceu o treinamento e os equipamentos para que os cientistas africanos pudessem estudar os cinco principais sistemas aquíferos da região.

Os especialistas estudam os diferentes isótopos (elementos químicos) presentes na água para determinar sua fonte, idade, fluxo e qualidade.

Até agora, os cientistas publicaram várias descobertas e recomendações para que os governos possam criar planos para proteger a água da poluição. A Aiea destaca que o Sahel tem sofrido com a seca extrema, o que afeta a agricultura e piora a situação de fome.

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Hidrologista isotópica colhe amostras de água de poço em Bangui, na República Centro-Africana. Foto: Aiea/L. Gil