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OIM pede fim de ataques a migrantes na África do Sul

OIM pede fim de ataques a migrantes na África do Sul

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Cidades de Joanesburgo e Pretória registaram manifestações; proprietários de pequenas empresas são a maioria das vítimas dos ataques; agência cita estudos que não associam aumento na criminalidade à presença de migrantes no país.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

A Organização Internacional para Migrações, OIM, disse estar pronta para apoiar as autoridades da África do Sul após cenas de violência contra migrantes ocorridas esta sexta-feira nas cidades de Joanesburgo e Pretória.

Agências de notícias informaram que na capital sul-africana a polícia usou balas de borracha, gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar manifestantes.

Justiça

A OIM deplora “os ataques, os saques e o incêndio de bens de estrangeiros”, em nota publicada esta sexta-feira pela sua representação no país.

Em colaboração com as autoridades sul-africanas, a agência apoiou o retorno de vários afetados pela violência em 2008 e 2015. Os cidadãos foram transportados para nações como Moçambique e Zimbabué.

O apelo aos envolvidos é que se abstenham da praticar ações criminosas ou de fazer justiça com próprias mãos, e que devem abordar as suas questões junto às autoridades.

A OIM cita relatórios publicados no país que indicam “não haver evidência tangível de um aumento da criminalidade por causa dos migrantes”.

Os estudos feitos no país concluíram ainda que o grupo não prejudicou “as perspectivas de emprego a longo prazo e nem os salários dos trabalhadores nativos”.

A agência destaca que os proprietários de pequenas empresas são a maioria dos que sofrem ataques.

A agência disse não ter dados exatos sobre os estrangeiros na África do Sul, mas mencionou relatos de que uma parte deles prometeu proteger-se da violência. As declarações teriam agravado a atual situação.

Na quinta-feira, o governo sul-africano apelou ao fim da violência e revelou que as pessoas e os seus bens seriam protegidos.

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Bandeira da África do Sul. Foto: ONU/Loey Felipe