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Guterres fala de metas “totalmente alcançadas” após visita a África

Guterres fala de metas “totalmente alcançadas” após visita a África

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Secretário-geral destaca progressos sobre Sudão do Sul que incluem livre operação da ONU e envio da força regional; Quénia vai participar no contingente; líderes discutem apoio ao processo político no Mali no fim do mês; Guterres abordou crises na República Democrática do Congo e no Burundi.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

O secretário-geral das Nações Unidas disse que “atingiu claramente os objetivos” que o levaram a participar na 28ª Cimeira da União Africana, UA, desta semana em Adis Abeba.

Em Nova Iorque, António Guterres falou de encontros com chefes de Estado e de governo africanos que incluíram os da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento, Igad, que medeia o conflito do Sudão do Sul.

Processo político

O chefe da ONU disse a jornalistas que pensa que “agora as condições estão criadas para que as três organizações e todos os países vizinhos trabalhem juntos com o mesmo objetivo falando a uma só voz”, tentando criar condições para evitar uma evolução dramática da situação no terreno. Guterres falou ainda de prevenir “massacres que se podem antever e colocar nos carris um processo político que pode dar um futuro de esperança aos sul-sudaneses.”

A UA anunciou que vai lançar um processo de mediação sobre Sudão do Sul que “tem o total apoio da organização”.

António Guterres contou que teve uma reunião com o líder sudanês, Salva Kiir, em que o líder concordou numa maior cooperação para “a livre operação da ONU no país e o envio da força regional”.

Crises

Guterres declarou que em conversa com o presidente do Quénia, Uhuru Kenyata, este anunciou que forças do país vão participar no contingente de 4 mil homens a ser enviado para o Sudão do Sul.

Para o secretário-geral foi feito um “progresso enorme para criar conduções para uma cooperação mais eficaz entre diferentes entidades africanas e as Nações Unidas” para abordar muitas crises que a região enfrenta.

Em relação ao conflito no Mali, Guterres reuniu-se com chefes de Estado do Mali, do Chade, da Mauritânia, Burquina Fasso e do Níger.

O secretário-geral anunciou um encontro que no fim de fevereiro vai discutir o apoio à capacidade de avanços no processo político e como lidar melhor com a situação no norte. O evento decorre na capital maliana, Bamaco.

Oportunidades

Na Etiópia, Guterres discutiu as crises da República Democrática do Congo e do Burundi, para as quais disse esperar que haja oportunidades para progredir nessas “situações complexas”.

Guterres destacou que a solução da crise pós-eleitoral da Gâmbia demonstrou que “quando as organizações sub-regionais e a União Africana estão unidas  é possível que o Conselho de Segurança decida e tome medidas”.

Ele disse que isso torna possível “defender a democracia, os direitos humanos e as liberdades do povo”. Entretanto, destacou que  com divisão é mas difícil atuar de acordo com os objetivos.

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Secretário-geral da ONU, António Guterres. Foto: ONU