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Após saída de 3 países africanos, alto comissário quer mais união sobre TPI

Após saída de 3 países africanos, alto comissário quer mais união sobre TPI

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Zeid Al Hussein disse que retirada de Estados nega direito à resolução e correção de crimes; representante defende haver nova tendência de liderança isolacionista e sem princípios.

Eleutério Guevane da Rádio ONU em Nova Iorque.

O alto comissário para os Direitos Humanos pediu aos países que continuem apoiando o Tribunal Penal Internacional, TPI num discurso feito esta quarta-feira em Haia, na Holanda, sede do órgão.

Zeid Al Hussein falava na Assembleia das Partes do Estatuto de Roma do TPI na sequência da decisão de três Estados de se retirarem da instituição. Trata-se da Gâmbia, da África do Sul e do Burundi que fizeram o pedido à ONU.

Vítimas

Para o chefe dos Direitos Humanos, as vítimas dos crimes terão dificuldade de entender por que são abandonadas por esses Estados e por que são novamente prejudicadas. Ele disse que as retiradas negam o direito à justiça e à correção.

O alto comissário afirmou que “embora os poderosos possam temer o Tribunal, as vítimas, em toda parte, imploram pelo seu envolvimento.”

O objetivo da retirada dos Estados do TPI é para Zeid aparentemente para "proteger os seus líderes da acusação".

Liderança

O representante disse estar triste com o atual ponto de situação e revelou que os países africanos “têm sido a espinha dorsal do Tribunal e que sua liderança, especialmente nos primeiros dias, foi exemplar”

Entretanto, ele revelou que está satisfeito porque vários países africanos que incluem Botsuana, Costa do Marfim, Nigéria, Malaui, Senegal, Tanzânia, Zâmbia e Serra Leoa declaram que não irão embora".

Teste Severo

Zeid disse que os desafios atuais não são o primeiro teste severo enfrentado pelo Tribunal, e que não serão os últimos.

Para o chefe dos direitos Humanos da ONU, “uma nova tendência de liderança isolacionista e sem princípios está a forma-se em todo o mundo."

Para ele, novos ataques contra o TPI podem estar em curso e que será preciso toda a coragem e recursos dos Estados-Partes verdadeiramente empenhados em resistir a tais desafios.

Ele terminou o pronunciamento sublinhando que o tempo não é de deixar o lugar mas "é momento de determinação e força."

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Photo Credit
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Al Hussein. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré