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Académicos lusófonos abordam questões ambientais em Moçambique

Académicos lusófonos abordam questões ambientais em Moçambique

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Unesco apoia reunião que decorre até quinta-feira; agência recomenda mais infraestruturas para desenvolver  pesquisa; representante pede liderança forte na investigação e acesso à educação básica para o sucesso da Agenda 2030.

Ouri Pota, da Rádio ONU em Maputo.

Académicos da Rede de Estudos Ambientais de Países de Língua Portuguesa, Realp, estão reunidos em Maputo para abordar algumas questões relacionadas com Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável.

Sob o lema “Transformando o nosso mundo: A Realp no caminho para 2030”, o 18º encontro da entidade levou a Rádio ONU na capital moçambicana a ouvir o académico Jamisse Taímo. Ele representou o ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional.

O entrevistado mencionou que Moçambique é assolado ciclicamente por fenómenos naturais que travam o combate à pobreza. Ele revelou ainda a importância do encontro para o país.

Expectativa

“A nossa expectativa é obviamente de que Moçambique um país com uma rica biodiversidade esteja na dianteira da valorização dos recursos biológicos, o que nos obriga para uma urgência na formação do capital humano especializado e implementação de infraestruturas dotadas de capacidades para desenvolvimento da pesquisa, da inovação e das soluções cientificas baseadas no conhecimento”

A diretora da Divisão de Políticas de Ciência da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco citou a importância do conhecimento e a tecnologia.

Lídia Brito destacou que é preciso apostar em infraestruturas e em lideranças fortes na investigação. Ela defende projetos a longo prazo e não iniciativas-piloto para um maior envolvimento e aplicação do conhecimento e tecnologia.

Experiência

O professor da Universidade Agostinho Neto em Angola, João Serôdio de Almeida, defende que para o sucesso dos Objetivos de Desenvolvimento sustentável, ODS, os países africanos de língua portuguesa devem apostar na formação.

Desafios

“Enquanto nosso povo não tiver o nível de educação, de conhecimento científicos mínimo é muito difícil a nossa população compreender o porquê das decisões assumidas internacionalmente. Nós temos que investir seriamente na educação básica e depois quando podermos para ensino superior e ai sermos bastante rigorosos, mas a nível do ensino básico temos que massificar o ensino, temos que dar a todos cidadãos, todas as crianças dos nossos países, a oportunidade de puderem estudar, de puderem obter conhecimentos”

Do Brasil, João Nildo de Souza Vianna, da Universidade de Brasília e decano da Realp, afirma que a participação do seu país visa a possibilidade da implementação da agenda 2030 da ONU.

Partilha

“Agente quer trabalhar nas dimensões de sustentabilidade ligadas a inclusão social, ao meio ambiente e ao desenvolvimento. Se nós não tomarmos as medidas necessárias para contribuir para diminuição do nosso “orçamento do carbono” nós podemos chegar no ponto de não retorno. Todas as medidas necessárias para “travar” esse aquecimento global deve ser tomado urgentemente e não é um problema focalizado são um problema global”

No encontro que encerra na quinta-feira, os participantes devem partilhar questões relacionadas coma água, energia e mudanças climáticas, gestão e conservação dos recursos naturais,

A reunião destaca ainda o desenvolvimento sustentável, políticas e governação, participação social e inclusão, assim como agricultura e sustentabilidade.

Photo Credit
Foto: Rádio ONU/Ouri Pota