Setor da mineração em pequena escala é ignorado, alerta Unctad
Apesar de fornecer empregos e ajudar a reduzir a pobreza, a mineração de ouro e outros minérios não recebe atenção devida de políticos e doadores; quem chama a atenção é a Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento, Unctad, está a chamar a atenção para a importância das mineradoras de pequena escala ou artesanais.
Segundo a Unctad, o setor cria empregos e ajuda famílias a obter sustento, e consequentemente, reduz a pobreza. Mas para a entidade, as pequenas mineradoras estão “a ser amplamente ignoradas por legisladores e doadores”.
Mercúrio
A representante da Unidade Especial de Matérias-Primas da Unctad, Yanchun Zhang, afirmou que a administração precária do setor contribui para sérios “riscos à saúde e ao meio ambiente”.
Por exemplo, a extração artesanal de ouro contribui com mais de 10% do abastecimento global do produto, mas lança por ano mil toneladas de mercúrio tóxico. Cerca de 15 milhões de pessoas que trabalham em minas de ouro, a incluir 4,5 milhões de mulheres e 600 mil crianças, estão expostos ao mercúrio.
Marginalização
A Unctad realizou um encontro sobre o assunto, com representantes de governos, associações da indústria e sociedade civil. Foram discutidas questões práticas sobre manuseio sustentável e desenvolvimento do setor de mineração.
A conferência da ONU lembra que as minas continuam a ter papel central para a economia de vários países em desenvolvimento, mas os benefícios não atendem as populações.
O serviço é realizado muitas vezes de maneira informal e por isso a Unctad afirma que os mineiros são “marginalizados por políticos, doadores e pelo público em geral”.
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