Cálculo de corrupção em África precisa ser revisitado, diz ECA
Relatório foi lançado em Kigali, no Ruanda, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, no país; segundo documento, cálculos existentes ignoram a dimensão de atos e práticas internacionais como saídas financeiras ilícitas.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Cálculos existentes sobre corrupção em África são na maioria baseados em percepção e ignoram a dimensão de atos e práticas internacionais como saídas financeiras ilícitas, de acordo com o 4º relatório sobre governança no continente, AGR IV.
O documento “Medindo corrupção em África: a dimensão internacional importa” foi lançado em Kigali, no Ruanda, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, e pela Comissão Económica da ONU para África, ECA.
Métodos inadequados
O relatório defende que metódos baseados em percepção de medir corrupção permanecem de forma inadequada. Segundo o documento, índices atuais sobre corrupação não apresentam um panorama confiável e completo da situação em África.
De acordo com o ECA, o texto “desafia” a “noção tradicionalmente estreita de corrupção como ‘abuso de cargo público para ganho privado’, o que coloca muita ênfase nos postos públicos e negligência as tendências corruptas nos setores privado e não-estatal”.
Para a comissão, autoridades devem entender a importância e as implicações da visão de corrupção como um fenómeno mais amplo onde agentes privados partilham responsabilidade significativa.
Durante o lançamento, a especialista em assuntos económicos do ECA, Eunice Ajambo, afirmou: “para combater a corrupção, África precisa de instituições e governanças de boa governança que não sejam apenas domesticamente orientadas já que a corrupção no continente não é feita apenas por africanos”.
*Apresentação: Denise Costa.
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