Unesco aplaude restauração de “símbolo de proteção de Timbuktu”
Porta sagrada de Sidi Yahia foi arrancada e danificada por extremistas há mais de quatro anos; chefe da Unesco fala de avanço em ações para reconstruir e consolidar a paz no Mali.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
As Nações Unidas celebram a restauração e a reinstalação da porta da mesquita maliana de Sidi Yahia, situada na cidade histórica de Timbuktu. Entidades da ONU apoiaram a medida com o financiamento da Suíça e da União Europeia.
O acesso considerado sagrado está agora disponível após ter sido retirado e danificado em julho de 2012, durante a ocupação da cidade por extremistas armados.
Símbolo de Proteção
Artesãos locais de artigos de madeira foram envolvidos na restauração do símbolo de proteção com o apoio da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco. A Missão da ONU no Mali, Minusma, continua a apoiar a logística e a segurança.
A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, afirmou que a restauração do portão sagrado é um “passo novo e decisivo” na reconstrução e consolidação da paz no Mali.
Para a chefe da agência, a medida “envia uma forte mensagem a todos os extremistas”, juntamente à reforma dos mausoléus de Timbuktu e ao julgamento dos responsáveis pela sua destruição no Tribunal Penal Internacional.
Crença
A única porta da mesquita virada para o sol é considerada especial pelo seu tamanho e importância.
A entrada dá acesso a túmulos de personalidades históricas da cidade e é considerada uma “proteção simbólica” para os mausoléus de Mohamed Nadhi, o primeiro chefe da cidade maliana.
De acordo com a crença tradicional, “quem abrir ou quebrar o portão pode provocar um desastre na cidade”.
Em 2013, a Unesco e o governo do Mali lançaram um programa de reabilitação do património do país. A iniciativa ajudou a reconstruir vários mausoléus e monumentos danificados na ocupação além de salvaguardar manuscritos locais.
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