Moçambique comemora sucesso do combate à poliomielite
Organização Mundial da Saúde no país considera que o desempenho resultou de um esforço contínuo, coletivo e colaborativo; intervenções envolveram o Ministério da Saúde, parceiros e a comunidades.
Ouri Pota, da Rádio ONU em Maputo.*
Música, gastronomia e entrega de certificados marcaram esta segunda-feira um convívio de especialistas de diferentes áreas da Saúde em Moçambique para assinalar o sucesso das atividades de combate à poliomielite no país.
O encontro de profissionais juntou representantes de várias partes províncias em Maputo, após a doença ter sido declarada como erradicada a 1 de julho.
Erradicação
A diretora Provincial da Saúde de Tete, Carla Amosse Lázaro, foi a primeira das responsáveis do setor em províncias moçambicanas a conversar com a Rádio ONU.
“Estamos muitos felizes, nós já há anos que vínhamos lutando para erradicar a pólio, felizmente conseguiu-se chegar onde nós desejávamos chegar, que é a erradicação da pólio.”
O médico chefe da província de Cabo de Delgado, Ernesto Langa, considerou que o anúncio também traz obrigações.
“É uma grande satisfação, demonstra o que são os esforços feitos a nível da província para a erradicação da poliomielite, coloca-nos a responsabilidade de continuarmos a trabalhar.”
Desafios
Em representação da Organização Mundial da Saúde em Moçambique, OMS, Hilde De Graeve elogiou o avanço e indicou os principais fatores do sucesso.
“Significa o reconhecimento dos progressos alcançados na saúde da criança, através do Programa Alargado de Vacinação e de vigilância epidemiológica. Este sucesso resulta de um esforço contínuo, coletivo e colaborativo entre o Ministério de Saúde, os parceiros e a comunidade. Só unidos alcançamos resultados satisfatórios”.
Já a ministra da Saúde de Moçambique, Nazira Abdula reconheceu a vitória contra Pólio e citou desafios. Moçambique iniciou o processo de combate à pólio em 1988, quando o mundo engrenou na iniciativa da erradicação da Pólio.
Vacina
“Apesar desta vitória, os nossos esforços estão agora concentrados na eliminação do sarampo e da rubéola, quer através da intensificação da vigilância epidemiológica, quer através da vacinação, com a introdução da segunda dose da vacina anti-sarampo, em novembro de 2015, e a realização de uma campanha a nível nacional contra a rubéola que irá decorrer em 2017.”
A doença que tinha sido eliminada em África foi há dias detetada em doses pacientes na Nigéria. O país acolhe uma grande campanha de vacinação de emergência para imunizar 5 milhões crianças. As outras nações ainda endémicas são o Paquistão e o Afeganistão.
*Apresentação: Eleutério Guevane.
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