Etiópia: governo e parceiros fazem périplo para consciencializar sobre seca
Delegação inclui coordenadora residente e humanitária da ONU no país e representantes de agências das Nações Unidas; visita aos EUA começa esta quinta-feira; cerca 10,2 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O governo da Etiópia e parceiros humanitários visitam doadores para aumentar a consciencialização sobre a necessidade urgente de aumentar o financiamento para a seca no país, induzida pelo fenómeno climático El Niño.
A delegação inclui a coordenadora Humanitária da ONU na Etiópia, Ahunna Eziakonwa-Onochie, e os representantes no país do Programa Mundial de Alimentação, PMA, John Aylieff, e do Alto Comissariado para Refugiados, Clementine Nkweta Salami.
Périplo Internacional
O comissário do Comité para Gestão do Risco de Desastres Naturais da nação africana, Mitiku Kassa, também integra o grupo.
A última etapa das visitas inicia esta quinta-feira e vai até 5 de maio, e deve incluir Washington e Nova Iorque. A viagem arrancou em Oslo, capital da Noruega, na terça-feira, e seguiu para Genebra.
Necessidades Humanitárias
De acordo com as estimativas para 2016, o país precisa de US$ 1,4 mil milhão para responder às necessidades de 10,2 milhões de pessoas atingidas pela seca.
O governo da Etiópia é um dos maiores doadores e, junto à comunidade internacional, levantou cerca de US$ 800 milhões até o momento. No entanto, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, continuam lacunas cruciais em todos os setores.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
O Ocha destaca que sistemas nacionais da Etiópia, como saúde, proteção social e alimentação foram fortalecidos nas últimas décadas.
Estes estiveram por trás do sucesso do país na realização de alguns dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, ODM, e serão fundamentais enquanto a Etiópia busca atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.
De acordo com o Ocha, estes sistemas são o pilar da resposta à atual seca e o canal por onde a ajuda está a fluir.
Urgência
A coordenadora humanitária para o país defende ser “urgente” proteger os ganhos de desenvolvimento da última década e garantir que a Etiópia permaneça em sua “notável” trajetória de desenvolvimento.
Para Ahunna Eziakonwa-Onochie, a única forma de ter esta garantia é com “investimento urgente e substancial na resposta à crise humanitária este ano”.
Segundo a representante, que também é coordenadora residente da ONU no país, é preciso agir “imediatamente”.
*Apresentação: Michelle Alves de Lima.
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