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Chefe da ONU para os Direitos Humanos pede financiamento de US$ 500 milhões para 2024

Uma visão geral de uma reunião do Conselho de Direitos Humanos (arquivo)
ONU/Jean-Marc Ferré
Uma visão geral de uma reunião do Conselho de Direitos Humanos (arquivo)

Chefe da ONU para os Direitos Humanos pede financiamento de US$ 500 milhões para 2024

Direitos humanos

Em discurso, Volker Turk destaca necessidade de enfrentar divisões e conflitos, sublinhando realizações de seu escritório e apelando por financiamento; alto comissário enfatiza urgência de reverter o subfinanciamento histórico. 

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, afirma que seu escritório precisa de US$ 500 milhões para promover de forma mais eficaz os princípios fundamentais em todo o mundo neste ano.

Nesta terça-feira, ele expressou em discurso à comunidade diplomática em Genebra que há profundas divisões no mundo, com conflitos se espalhando globalmente, especialmente no Oriente Médio. Turk alertou sobre as consequências prejudiciais e polarização resultantes das guerras, destacando a importância da justiça para o futuro das nações.

Direitos Humanos

Segundo ele, em 2023, os Estados membros e outros parceiros de financiamento doaram US$ 283,2 milhões em contribuições voluntárias. No entanto, o valor ainda não é suficiente para oferecer soluções de direitos humanos mais eficazes e abrangentes.

Para Turk, é necessário reverter com urgência o histórico subfinanciamento que tem prejudicado os direitos humanos, um dos três pilares do trabalho da ONU.

Ele chamou a atenção para as realizações notáveis registradas no ano passado pelo seu escritório  que conta com 1.962 funcionários em 91 países.

Sua equipe ajudou na libertação de 13.476 detentos, realização de cerca de 3.664 missões de monitoramento de direitos humanos e o monitoramento de pelo menos 1.088 julgamentos, além de contribuir para o aprimoramento de leis e políticas alinhadas com os padrões internacionais de direitos humanos em cerca de 43 países. 

Ele se comprometeu a aproveitar essas conquistas para revigorar um movimento global pelos direitos humanos, promover a inclusão e a igualdade, intensificar os esforços para prevenir e mitigar violações e conflitos de direitos humanos, bem como impulsionar a ação climática centrada nos direitos humanos. 

Doadores

Turk também agradeceu aos Estados-membros e outros parceiros por suas doações no ano passado, em especial aos cinco principais contribuintes: União Europeia, Estados Unidos, Suécia, Alemanha e Noruega.

O alto comissário pediu aos países que mantenham o engajamento de mudança durante a comemoração do 75º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos no ano passado. Quase 80% das nações do mundo fizeram promessas para melhorar o respeito aos direitos humanos.

Ele enfatizou a necessidade de adotar uma abordagem diferenciada, colocando os direitos no cerne de todas as políticas, decisões e governança e destacou a importância de abraçar plenamente os direitos econômicos, sociais e culturais, equiparando-os aos direitos civis e políticos. 

Turk também falou da importância de eliminar a impunidade e encerrar definitivamente os ciclos de injustiça e desigualdade que marcaram as sociedades por muito tempo.