“Relatório do IPCC é um código vermelho para a humanidade”
Secretário-Geral das Nações Unidas faz apelo a líderes de governos, de empresas e à sociedade civil para barrarem aquecimento global; António Guterres afirma que estudo de cientistas deve soar como uma sentença de morte para combustíveis fósseis.
O secretário-geral das Nações Unidas reagiu ao relatório divulgado esta segunda-feira pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, IPCC.
Segundo António Guterres, o documento é “um código vermelho para a humanidade”, com uma evidência irrefutável: as emissões de gases a partir da queima de combustíveis fósseis e do desmatamento estão sufocando o planeta e colocando bilhões de pessoas em risco.
Sentença de Morte
Guterres afirma ainda que o relatório “deve soar como uma sentença de morte para os combustíveis fósseis, antes que destruam o planeta”. O chefe da ONU pede ação imediata para cortes profundos das emissões dos poluentes, já que sem isso, não será possível limitar o aquecimento da temperatura global a 1.5 °C.
Ele defende que a capacidade para as energias solar e eólica seja quadruplicada até 2030 e pede que os investimentos em energias renováveis tripliquem, para que a trajetória de zero emissões seja mantida até meados deste século.
O secretário-geral lembra que o aquecimento global está afetando todas as regiões do planeta Terra, sendo que muitas mudanças são irreversíveis, já que as concentrações de gases de efeito estufa atingiram níveis recorde.
Evitar Catástrofe
Para António Guterres, líderes de governos e de empresas e as sociedades precisam se unir em torno de políticas, ações e investimentos para limitar o aquecimento da temperatura.
O secretário-geral lembra que o mundo “deve isso à família humana, em especial às comunidades e nações mais vulneráveis e pobres, que são as mais atingidas pela emergência climática”.
Guterres afirma que as “soluções são claras”, sendo possível ter “economias verdes e inclusivas, prosperidade e ar limpo”. Todas as nações, especialmente o G-20, precisam fazer parte da coalisão de emissões zero e reforçar os compromissos antes da COP-26, marcada para novembro, em Glasgow.
O secretário-geral acredita ser possível evitar uma catástrofe climática, se houver, imediatamente, união de forças. Ele está contando com todos os governos e líderes para garantir que a COP-26 seja um sucesso.