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H5N1 ainda representa baixo risco de saúde pública, mas requer cautela

Especialistas em saúde pública continuam preocupados com a disseminação da gripe aviária para os seres humanos.
© Unsplash/Obie Fernandez
Especialistas em saúde pública continuam preocupados com a disseminação da gripe aviária para os seres humanos.

H5N1 ainda representa baixo risco de saúde pública, mas requer cautela

Saúde

OMS aconselha vigilância dos trabalhadores agrícolas, atualização de medidas de preparação e consumo exclusivo de leite pasteurizado; agência pede implementação de medidas rigorosas de biossegurança em propriedades agrícolas.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, alertou sobre o risco de infecção pelo vírus da gripe aviária H5N1 em vacas em países fora dos Estados Unidos impulsionado pela migração de aves selvagens.

Na terça-feira, o chefe do Programa Global de Gripe da OMS, Wenqing Zhang, explicou que o vírus é transportado ao redor do mundo pelas aves migratórias, e “certamente existe o risco de vacas de outros países serem infectadas”

Aves e gatos

O representante confirmou a jornalistas, em Genebra, que há disseminação do H5N1 entre aves selvagens nos Estados Unidos e “às vezes são infectadas aves e até gatos que vivem ao ar livre, mas até agora era raro em vacas”. 

Zhang reiterou que a agência da ONU considera ainda baixo o risco geral representado pelo vírus para a saúde pública, mas pediu vigilância, especialmente entre os trabalhadores agrícolas.

A mais recente avaliação de risco foi baseada na detecção em gado leiteiro e em uma pessoa. O risco de infecção é tido como baixo a moderado para aqueles que sejam expostos a aves, outros animais infectados ou ambientes contaminados.

Destacando a importância da atenção e ao risco associado num contexto em que o vírus da gripe aviária evolui, ele disse que devem ser monitorizadas e avaliadas de perto a propagação e as alterações do vírus, além de se atualizar medidas de preparação.

Equipamento de proteção 

As recomendações dadas aos países incluem reforçar a vigilância de doenças tanto em animais como em humanos, além de se implementar medidas rigorosas de biossegurança em propriedades agrícolas. A OMS pede ainda garantias que os trabalhadores agrícolas tenham equipamento de proteção necessário. 

A agência da ONU alerta ainda sobre a necessidade de melhorar a vigilância em pessoas com potencial exposição ocupacional, incluindo funcionários agrícolas, através da busca ativa de casos e estudos sorológicos.

Em caso de detecção de casos, a recomendação é que sejam alertados os médicos para identificação e acompanhamento sistemático. Aos setores relevantes o pedido é que haja partilha rápida de informações e dados de sequência genética. 

Consumo de leite pasteurizado 

Zhang reiterou a antiga recomendação da OMS no sentido de se consumir apenas leite pasteurizado, embora não se acredite que o vírus seja capaz de se espalhar através do produto.

Quando foi solicitado a avaliar a transparência dos EUA sobre o estado do surto, Zhang disse que a agência da ONU recebeu atualizações regulares ao elogiar a decisão de se compartilhar a sequência genética do vírus de forma antecipada.

O especialista disse haver estreita colaboração com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, CDC, a avaliar pelas informações recebidas até o momento.