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Assinatura da Carta da ONU por uma delegação em uma cerimônia realizada no Edifício Memorial dos Veteranos de Guerra em 26 de junho de 1945

Assembleia Geral realiza cerimônia de aniversário de 80 anos de criação da ONU BR

ONU/Yould
Assinatura da Carta da ONU por uma delegação em uma cerimônia realizada no Edifício Memorial dos Veteranos de Guerra em 26 de junho de 1945

Assembleia Geral realiza cerimônia de aniversário de 80 anos de criação da ONU

Assuntos da ONU

Secretário-geral, António Guterres, diz que mundo plantou semente de esperança em meio às cinzas da 2a. Guerra Mundial; já presidente da Casa, Philémon Yang, destaca reforço de multilateralismo, diálogo e diplomacia.

A Assembleia Geral das Nações Unidas realizou sessão para celebrar o 80º aniversário de assinatura da Carta da ONU. Em 1945, a Conferência de São Francisco, nos Estados Unidos, adotou o documento sobre paz, desenvolvimento e direitos humanos.

O líder da Assembleia Geral, Philémon Yang, abriu o encontro ao lado do secretário-geral, António Guterres, e dos presidentes de outros órgãos da ONU incluindo o Conselho de Segurança e a Corte Internacional de Justiça.

Princípios da Carta

Yang lembrou que o multilateralismo está sob ataque e que a escolha sempre ver ser diálogo e diplomacia no lugar de guerras destrutivas. Para ele, as violações aos princípios da Carta não podem ser encaradas como normais.

Já o secretário-geral, António Guterres, preferiu retornar ao momento da criação da ONU, há 80 anos, quando o mundo plantou uma semente de esperança em meios às cinzas de uma guerra mundial.

Cópia original da Carta da ONU exposta na sede em Nova Iorque
ONU/Loey Felipe
Cópia original da Carta da ONU exposta na sede em Nova Iorque

Ele listou a ameaça ou o uso da força contra nações soberanas, a violação do direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário, ataques a civis e à infraestrutura civil e a militarização de alimentos e água. O líder das Nações Unidas reiterou que a Carta das Nações Unidas não é opcional para os Estados-membros.

Resolução pacífica de disputas

A presidente do Conselho de Segurança, Carolyn Rodrigues-Birkett, representante da Guiana na ONU, pediu o cumprimento dos princípios da Carta pela paz e naquilo que oriente a ONU.

Segundo ela, todos os Estados são igualmente soberanos e devem crer na resolução pacífica de disputas.

Mentes, corações e vontade coletiva

Na Presidência do Conselho Econômico e Social, Ecosoc, o embaixador do Canadá, Bob Rae, disse que a comunidade internacional encontrou nos princípios da Carta as mentes, os corações da humanidade e a vontade coletiva.

Bob Rae destaca que é preciso lembrar que a ONU não é representada apenas por diplomatas e políticos, mas pela dedicação de médicos que tratam de feridos e refugiados, e por mulheres que se recusam a aceitar a autocracia do “apartheid” de gênero.

Para o presidente da Corte Internacional de Justiça, Yuji Iwasawa, a Carta continua sendo a Constituição da comunidade internacional. Ele declarou que os representantes, em São Francisco, em 1945, estavam determinados a fazer avançar a justiça.

A Conferência de São Francisco que aprovou a Carta da ONU ocorreu de 25 de abril a 26 de junho de 1945
ONU/McLain
A Conferência de São Francisco que aprovou a Carta da ONU ocorreu de 25 de abril a 26 de junho de 1945

O juiz disse que mesmo com desafios atuais, a Carta continua o marco da ordem jurídica internacional e um tratado fora de comum que prevalece sobre todos os outros acordos internacionais.

Compromisso com o direito internacional

Para António Guterres, esses 80 anos da Carta da ONU são também um convite para os Estados-membros respeitarem e reafirmarem o compromisso com o direito internacional em palavras e ações.

Essas medidas incluem uma adaptação ao mundo digital, resposta a choques globais, maior abertura da ONU à sociedade civil, jovens, setor privado e ainda a reforma da atuação da organização e reforço do multilateralismo.