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Casos de varíola M já atingem 25 países, 7 pela primeira vez BR

Um jovem paciente recebe tratamento na unidade de isolamento de mpox apoiada pelo Unicef no Hospital Kavumu, na província de Kivu do Sul, República Democrática do Congo.
Unicef/Mirindi Johnson
Um jovem paciente recebe tratamento na unidade de isolamento de mpox apoiada pelo Unicef no Hospital Kavumu, na província de Kivu do Sul, República Democrática do Congo.

Casos de varíola M já atingem 25 países, 7 pela primeira vez

Saúde

República Democrática do Congo tem 60% dos casos e 40% das mortes; cortes de financiamento afetam atividades de vigilância e resposta.

Desde o início de 2024, mais de 37 mil casos confirmados de varíola M, ou mpox, foram notificados à Organização Mundial da Saúde, OMS, em 25 países. Desde então, 125 morreram da doença.

A República Democrática do Congo, RD Congo, concentra 60% dos casos confirmados e 40% das mortes, seguida por Uganda, Burundi e Serra Leoa, que tiveram um aumento repentino de infecções desde janeiro.

724 mil doses de vacina já foram administradas

Além dos números já confirmados, a RD Congo continua notificando entre 2 mil e 3 mil casos suspeitos por semana.

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirmou nesta, quinta-feira,  que sete países adicionais relataram surtos pela primeira vez: Albânia, Etiópia, Malauí, Macedônia do Norte, Sudão do Sul, República Unida da Tanzânia e Togo.

Até o momento, 1,9 milhão de doses de vacina foram alocadas a 13 países, e 11 nações já receberam os imunizantes.

O Japão e os Emirados Árabes Unidos entregaram bilateralmente mais 1,9 milhão de doses aos países afetados.

Até o momento, um total de 724 mil doses já foram administradas.

Cortes de financiamento dificultam controle de surtos

Tedros declarou que as restrições de recursos estão afetando a capacidade coletiva de manter atividades de vigilância e resposta eficazes. Segundo ele, os cortes no financiamento de programas de HIV/Aids estão dificultando a detecção e o controle em grupos vulneráveis ​​importantes.

Além disso, as capacidades de comunicação de risco estão sobrecarregadas e apresentam falhas.

O chefe da OMS explicou que embora as tendências da doença no leste da RD Congo tenham mostrado sinais de declínio nos últimos meses, a escalada do conflito e o agravamento da situação humanitária podem anular os ganhos alcançados.

Ele afirmou que é preciso garantir capacidade adequada para detectar e responder a surtos e para realizar a vacinação de forma estratégica e direcionada.

Tedros pediu apoio ao Plano Global Estratégico de Preparação e Resposta da Mpox, que ainda carece de US$ 147 milhões em financiamento.