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Modo tradicional de fazer queijo Minas vira Patrimônio da humanidade

Modo Tradicional de Fazer Queijo Minas Artesanal, em Minas Gerais, foi inscrito na Lista do Patrimônio Imaterial da Unesco
© IEPHA, 2017
Modo Tradicional de Fazer Queijo Minas Artesanal, em Minas Gerais, foi inscrito na Lista do Patrimônio Imaterial da Unesco

Modo tradicional de fazer queijo Minas vira Patrimônio da humanidade

Cultura e educação

Unesco ressalta características do produto artesanal associado à hospitalidade e muitas vezes consumido em momentos especiais; candidatura foi feita pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

O Modo Tradicional de Fazer Queijo Minas Artesanal, em Minas Gerais, foi inscrito nesta quarta-feira na Lista do Patrimônio Imaterial da Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura, Unesco.

O processo manual de fabricação do produto brasileiro envolve conhecimento e técnicas desenvolvidas por pequenos produtores rurais do estado brasileiro.

Queijo à venda em um mercado em São Paulo, Brasil. Grande parte dos produtores do Queijo Minas Artesanal possui pequenas propriedades rurais
© FAO/Miguel Schincariol

Leite cru e o ‘pingo’

A candidatura foi adotada pelo Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, reunido até o fim de semana em Assunção, Paraguai. O documento realça o uso do leite cru e o ‘pingo’, ou gota, pelos produtores locais.

A levedura natural é composta por bactérias específicas da região e contribui para o sabor, cor e aroma característicos. O produto artesanal é associado à hospitalidade e é comumente consumido com doces e bebidas em reuniões e ocasiões especiais.

A candidatura foi feita pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Iphan, em março de 2023, após requerimento da Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal.

Agricultores familiares e indivíduos da comunidade

Atualmente, grande parte dos produtores do Queijo Minas Artesanal possui pequenas propriedades rurais e trabalha em um sistema familiar e de pequena escala. Os donos são agricultores familiares e membros da comunidade local que participam da força de trabalho quando os volumes de produção aumentam.

Em algumas regiões, a fabricação é realizada principalmente por homens, enquanto em outras as mulheres são responsáveis ​​por executar todas as etapas. Mas independentemente do gênero, a divisão do trabalho recai sobre quem tem “boas mãos” para fazer queijo na propriedade.

O conhecimento associado ao processo é transmitido oralmente entre os membros da família sobre etapas do processo que incluem gerenciamento de rebanhos, ordenha manual, fabricação de queijos e vendas.

A nota da Unesco realça que a preocupação com o bem-estar animal está sempre presente, assim como as boas práticas agrícolas dos pequenos produtores. O aprendizado acontece pela observação e interações diárias com os mais experientes da família.