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Chefe de Direitos Humanos da ONU alarmado com “uso desproporcional de força” na Venezuela

Assembleia Nacional da Venezuela em Caracas
ONU News
Assembleia Nacional da Venezuela em Caracas

Chefe de Direitos Humanos da ONU alarmado com “uso desproporcional de força” na Venezuela

Direitos humanos

Escritório de Direitos Humanos confirma vários feridos por armas de fogo e uma morte na segunda-feira; Volker Turk quer que os responsáveis ​​por violações de direitos humanos prestem contas. 

A escalada das tensões na Venezuela causa maior apreensão do alto comissário da ONU para os Direitos Humanos. Nesta terça-feira, Volker Turk emitiu uma nota mencionando “relatos inquietantes” de violência após a eleição de domingo.

No pronunciamento publicado em Genebra, o chefe de Direitos Humanos comenta sobre manifestações acontecendo em pelo menos 17 dos 24 estados venezuelanos, incluindo a capital Caracas. Centenas de pessoas foram presas, entre elas crianças.

Resultado da eleição presidencial

Agências de notícias informaram que as forças de segurança dispararam gás lacrimogêneo e balas de borracha em direção a pessoas que protestavam contra o resultado da eleição presidencial na noite de segunda-feira.

Muitas delas seguiram a pé, andando por quilômetros, desde as montanhas que cercam Caracas até ao palácio presidencial.

Os protestos seguiram-se à proclamação da vitória do presidente Nicolás Maduro, contestada pelo candidato Edmundo González e outros partidos da oposição que dizem que este teria vencido de forma convincente.

Turk declara estar alarmado com relatos de “uso desproporcional de força por agentes da lei e pela violência cometida por indivíduos armados apoiando o governo, conhecidos como coletivos”.

Feridos e uma morte

O Escritório de Direitos Humanos confirmou que vários manifestantes foram feridos por armas de fogo e uma morte confirmada na segunda-feira. Mais alegações continuam por verificar.

Para Turk, os responsáveis ​​por violações de direitos humanos devem prestar contas.

O chefe de Direitos Humanos fala ainda de um “momento crítico” no país para o qual pede o respeito das autoridades “pelos direitos de todos os venezuelanos de se reunir e protestar pacificamente e expressar suas opiniões livremente e sem medo”.

A mensagem destaca ainda que todos os cidadãos da Venezuela “têm o direito de participar de forma significativa nas decisões que afetam suas vidas e o futuro de seu país, inclusive por meio de eleições confiáveis”.

Na segunda-feira, o secretário-geral pediu que as “disputas eleitorais sejam resolvidas pacificamente, com total transparência, incluindo a publicação oportuna dos resultados das eleições com uma repartição por seções eleitorais”.

Turk reitera esta mensagem e ressalta que “as autoridades eleitorais devem realizar seu trabalho de forma independente e sem interferência, a fim de garantir a livre expressão da vontade dos eleitores e salvaguardar seus direitos”.