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Moçambique tem pela frente desafio de reduzir pobreza multidimensional em 20%

Vice-ministro mencionou desafios de implementação dos ODS como o peso da dívida e o terrorismo na província de Cabo Delgado
© Unicef/Ricardo Franco
Vice-ministro mencionou desafios de implementação dos ODS como o peso da dívida e o terrorismo na província de Cabo Delgado

Moçambique tem pela frente desafio de reduzir pobreza multidimensional em 20%

ODS

Meta deve ser cumprida ainda nesta década, segundo o vice-ministro da Economia e Finanças; fardo da dívida, terrorismo na província de Cabo Delgado e extremos do clima são obstáculos na implementação das metas globais.

Moçambique aponta como um “desafio monumental” a tarefa de reduzir em cerca de 20% o índice de incidência de pobreza multidimensional.

As declarações à ONU News, em Nova Iorque, foram feitas pelo vice-ministro da Economia e Finanças. Amílcar Tivane disse que o país teve desafios e “ganhos notáveis” nesse âmbito, após participar no Fórum Político de Alto Nível.

Índice de incidência de pobreza

“Temos estado a registrar ganhos na redução do número de moçambicanos que vivem abaixo da linha de pobreza. Portanto, estamos com uma população de 30 milhões e o índice da incidência de pobreza multidimensional situa-se abaixo de 45%. Há 15 anos, Moçambique estava com o índice de incidência de pobreza de cerca de 68 a 69%, no início da década de 2000. Então, registramos uma redução significativa. No entanto, temos é que assegurar passar dos cerca de 53%, quando as metas foram fixadas, para 24% em 2030.”

O representante detalhou ainda as áreas onde foram observados avanços na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

“Na percentagem de crianças menores de cinco anos com desnutrição crônica e na prevalência de desnutrição aguda estamos com avanços notáveis. Acreditamos que vamos alcançar. No Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 13, que é sobre ação climática, Moçambique deu passos significativos. Primeiro é preciso recordar que a frequência e a intensidade dos choques climáticos adversos geram perdas do ponto de vista de riqueza. Estamos a falar do equivalente a 1,1% do Produto Interno Bruto. Com o volume da riqueza que se perde e a destruição na capacidade produtiva associada a choques nós deveremos inovadores. Primeiro, criamos o fundo de gestão de calamidades naturais.”

Terrorismo na província de Cabo Delgado

Com o estabelecimento da instituição para lidar com desastres, há mais de cinco anos, tem sido canalizada uma fatia orçamental cerca de 0,5% do Produto Interno Bruto para melhorar a capacidade de mitigação e resposta às calamidades naturais.

Tivane mencionou ainda desafios de implementação dos ODS como o peso da dívida e o terrorismo na província de Cabo Delgado, que requer a aplicação de altos valores por ter gerado vários deslocamentos nos últimos seis anos.

O desafio está em assegurar que as populações estejam em áreas seguras, apoiar a ação militar de combate aos grupos envolvidos e garantir a presença das instituições públicas nessas regiões.