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Em “Diálogos Amazônicos”, agências da ONU apoiam ações de preservação

O Rio Amazonas no Brasil
Ciat/Neil Palmer
O Rio Amazonas no Brasil

Em “Diálogos Amazônicos”, agências da ONU apoiam ações de preservação

Clima e Meio Ambiente

Evento preparatório para a Cúpula Amazônica reuniu mais de 10 mil pessoas; agências da ONU pautam temas como direitos humanos, economia sustentável, transformação rural inclusiva, trabalho decente e violência contra a mulher; 75% da população vive em áreas urbanas na região amazônica. 

Nos dias 8 e 9 de agosto, o governo brasileiro realiza a Cúpula Amazônica, na cidade de Belém, com participação de chefes de Estado e de governo das regiões da América do Sul, da Europa, da África, da Ásia e do Caribe. 

O alto Comissário de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, disse ansiar pelo desenrolar das discussões da Cúpula. Para ele, “o destino da Amazônia está entrelaçado com os direitos humanos e as decisões de hoje moldam o planeta de amanhã”. 

Reserva de vida

Com 75% da população vivendo em áreas urbanas na região, a missão de garantir um desenvolvimento com sustentabilidade se torna cada vez maior.

Em antecipação à Cúpula, foram realizados os “Diálogos Amazônicos”, evento preparatório que reuniu mais de 10 mil pessoas em Belém entre os dias 04 e 06 de agosto. Diversas agências das Nações Unidas contribuiriam com os debates, cujos resultados serão encaminhados aos líderes que se reúnem a partir de terça-feira. 

Durante os Diálogos Amazônicos, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, promoveu debates sobre desenvolvimento sustentável. 

De acordo com o diretor-regional do Pnuma para a América latina, Juan Bello, “a Amazônia representa uma reserva tanto de vida quanto de espiritualidade no mundo e devemos preservá-la."

Membros da comunidade Mapuera dançam para a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed
ONU Brasil
Membros da comunidade Mapuera dançam para a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed

Guardiões dos sistemas agroalimentares

Ele ressaltou que o principal objetivo da agência é “apoiar os países amazônicos a avançar em suas prioridades e enfrentar os desafios das mudanças climáticas, perda de biodiversidade e poluição, sem deixar ninguém para trás”.  

Bello afirmou ainda que “é de extrema importância unir esforços para avançar em direção a uma economia que não degrade o capital natural da Amazônia".

Autoridades e representantes da Organização para a Alimentação e Agricultura, FAO, se reuniram durante os Diálogos Amazônicos para discutir uma agenda integrada de bioeconomia, transformação rural inclusiva e novos modelos produtivos no contexto das mudanças climáticas.

A vice-diretora da agência, Maria Lenasemedo, destacou o papel que os povos indígenas desempenham como “guardiões e responsáveis pela gestão dos recursos e sistemas agroalimentares”.

Potencial das mulheres

Também aconteceu no fim de semana uma reunião entre a Organização Internacional do Trabalho, OIT, e a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, Otca. 

Os temas abordados foram ações de promoção dos direitos dos povos indígenas, transição justa, trabalho decente e a Agenda 2030, no âmbito da Convenção169 da OIT, um tratado global vinculante sobre os direitos dos povos indígenas e tribais.

A ONU Mulheres informou que tem trabalhado junto ao governo brasileiro e em parceria com os governos locais para que as mulheres e meninas da Amazônia Legal possam exercer seu potencial de agentes de mudança, tomadoras de decisão e participantes na ação climática e ambiental.

Durante os Diálogos Amazônicos, a agência parabenizou as mulheres indígenas guarani, kaiowá e terena pelo avanço das ações de prevenção e resposta às múltiplas formas de violência, por meio do estabelecimento de uma Casa da Mulher Indígena na Reserva de Dourados, no estado do Mato Grosso Sul.