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ONU marca Dia Internacional para Eliminação da Violência Sexual em Conflito

Uma menina de 12 anos (à direita), que vive em um campo para deslocados no estado de Darfur do Norte, no Sudão, diz que foi estuprada por soldados do governo
Unicef/Ron Haviv
Uma menina de 12 anos (à direita), que vive em um campo para deslocados no estado de Darfur do Norte, no Sudão, diz que foi estuprada por soldados do governo

ONU marca Dia Internacional para Eliminação da Violência Sexual em Conflito

Paz e segurança

Em mensagem, secretário-geral diz que milhões de pessoas são afetadas pelo problema no mundo usado ainda como tática de guerra, tortura e repressão em confrontos; António Guterres garantiu a solidariedade da organização às vítimas.

Tecnologia e abismo digital é este o tema este ano do Dia Internacional para Eliminação da Violência Sexual em Conflito. 

Com acesso à tecnologia é possível alertar as pessoas para os perigos, informar onde estão os locais de proteção e apoio e documentar os abusos e violações, que é o primeiro passo para a prestação de contas.

Delitos cometidos online

Ao mesmo tempo, a tecnologia também pode ajudar a perpetuar a violência, prejudicar sobreviventes e inflamar o ódio. Para o secretário-geral da ONU, é preciso assegurar que o espaço digital funcionará como um apoio aos esforços para prevenir esses crimes. Uma das observações de António Guterres é que os delitos cometidos na internet sejam punidos.

Em todo o mundo, milhões de pessoas são afetadas pela violência sexual como tática de guerra, tortura e repressão em conflitos. Apesar de ações internacionais para combater esses crimes, eles continuam ocorrendo e muitos responsáveis jamais são levados à justiça.

António Guterres ressalta a gravidade dos crimes de ódio baseados em gênero. O assédio sexual e o discurso de ódio baseado no sexo da vítima aumentaram no espaço digital. 

Ainda que o uso da tecnologia de informação tenha ajudado a dar mais autonomia às mulheres e às meninas e outros grupos, a sua utilização também facilitou a propagação da violência.

A Unicef está colaborando com empresas de tecnologia para tornar os produtos digitais mais seguros para as crianças
Unicef/Karel Prinsloo
A Unicef está colaborando com empresas de tecnologia para tornar os produtos digitais mais seguros para as crianças

Vergonha

A falta de acesso a tecnologias seguras para meninas e mulheres continua sendo um desafio em muitos países.

Em muitos casos de violência sexual em conflitos fora da internet ou online, o estigma força os sobreviventes a viverem com vergonha enquanto os criminosos ficam livres.

Para o secretário-geral da ONU, o importante é demonstrar solidariedade e apoiar os sobreviventes de violência sexual e ouvir cada pessoa. António Guterres destaca a urgência de se dobrar os esforços para prevenir atrocidades e levar os responsáveis à justiça.