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Um mês após leve alta, preço dos alimentos volta a cair em maio

O óleo vegetal ficou mais barato em maio, preços caíram 8,7% em maio, com média de 48,2% abaixo do nível do ano anterior.
© OCHA/Matteo Minasi
O óleo vegetal ficou mais barato em maio, preços caíram 8,7% em maio, com média de 48,2% abaixo do nível do ano anterior.

Um mês após leve alta, preço dos alimentos volta a cair em maio

Desenvolvimento econômico

Redução foi de 2,6%; cotações internacionais de trigo, milho, óleos vegetais e queijos puxam redução; preços de arroz, açúcar e carne estão em alta; boa safra de soja no Brasil impulsiona queda do óleo de soja; boa perspectiva para safra de cana no país segura alta no açúcar.

O índice de referência dos preços internacionais de commodities alimentares caiu em maio em meio a quedas das cotações da maioria dos cereais, óleos vegetais e laticínios.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, o preço das comodities alimentares teve uma média de 124,3 pontos em maio, uma queda de 2,6% em relação a abril e 22,1% abaixo da máxima histórica alcançada em março de 2022.

Cereais

O Índice de Preços de Cereais da FAO caiu 4,8% em relação ao mês anterior, liderado por uma queda de 9,8% nas cotações mundiais de milho. O declínio ocorreu pela perspectiva de produção favorável e uma demanda de importação lenta.

O Índice de Preços de Cereais da FAO caiu 4,8% em relação ao mês anterior, liderado por uma queda de 9,8% nas cotações mundiais de milho
© WFP/Mohamed Elamin
O Índice de Preços de Cereais da FAO caiu 4,8% em relação ao mês anterior, liderado por uma queda de 9,8% nas cotações mundiais de milho

O trigo também ficou 3,5% mais barato, refletindo a ampla oferta e a nova extensão da Iniciativa de Grãos do Mar Negro. Já os preços do arroz continuaram subindo em maio, sustentados pelas compras asiáticas e pela menor oferta em alguns países exportadores, como Vietnã e Paquistão.

Óleo vegetal

O óleo vegetal chegou mais barato às prateleiras em maio. Os preços caíram 8,7% em maio, com média de 48,2% abaixo do nível do ano anterior.

O valor do óleo de palma teve uma queda acentuada a partir de abril, uma vez que as fracas compras de importações globais prolongadas coincidiram com o aumento da produção nos principais países produtores.

Os preços mundiais do óleo de soja caíram pelo sexto mês consecutivo em meio a uma safra abundante de soja no Brasil e estoques acima do esperado nos Estados Unidos da América. Os preços dos óleos de colza e girassol continuaram diminuindo com a ampla oferta global.

Lácteos 

Os preços dos produtos lácteos caíram 3,2% em relação a abril, liderado por uma queda acentuada nos preços internacionais do queijo devido principalmente às amplas disponibilidades de exportação em meio à produção de leite sazonalmente alta no Hemisfério Norte.

No entanto, as cotações internacionais do leite em pó se recuperaram, assim como as da manteiga.

Galinhas são um recurso econômico e nutricional amplamente mantido na África rural e são frequentemente manejadas por mulheres.
© FAO/Believe Nyakudjara
Galinhas são um recurso econômico e nutricional amplamente mantido na África rural e são frequentemente manejadas por mulheres.

Açúcar e proteínas

Os preços do açúcar registraram seu quarto aumento mensal consecutivo, subindo 5,5% em relação a abril e atingindo um nível quase 31% maior do que no ano anterior.

O salto reflete o estoque global mais restrito, preocupações crescentes com o impacto do fenômeno El Niño nas safras da próxima temporada e atrasos nos embarques em meio à forte concorrência da soja e do milho no Brasil.

As perspectivas positivas para as safras de cana-de-açúcar de 2023 no Brasil impediram aumentos mensais maiores nos preços, assim como a queda do petróleo bruto.

As proteínas também ficaram mais caras em maio aumentando em 1%. O valor foi impulsionado principalmente por uma alta demanda de importação asiática por carne de frango e pela persistente escassez de oferta de carne bovina nos Estados Unidos.